São Paulo, domingo, 27 de fevereiro de 1994 |
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F-1 perde 1 bilhão de telespectadores
FLAVIO GOMES
Os números, se não são alarmantes, revelam o mal causado à categoria pelo domínio absoluto da Williams nos últimos dois anos. A média de telespectadores por corrida, nos 102 países que transmitem os GPs ao vivo, caiu de 502 milhões para 439 milhões (veja quadro abaixo). A F-1 só ganhou audiência nos programas específicos de automobilismo e no total de telespectadores que acompanharam a temporada através dos noticiários. Para acalmar sua legião de patrocinadores, a FIA acena com os bons resultados do cronômetro. O total de minutos veiculados na TV nas transmissões das provas praticamente dobrou. Mas nem isso foi capaz de convencer marcas como a Canon e a Camel a permanecerem como avalistas do Mundial. As duas empresas deixaram a F-1, apesar dos bons resultados das equipes que levavam seus logotipos, a Williams e a Benetton. Se alguém fosse capaz de assistir tudo que foi veiculado na telinha sobre F-1 em 93, segundo a FIA, passaria 570 dias diante da TV. Em 92 a tarefa seria mais simples: "apenas" 361 dias. A mudança do regulamento é a tentativa dos dirigentes de cortar a crise pela raiz. Mais uma temporada entediante pode atirar os índices ainda mais para baixo, tornando difícil a comercialização dos espaços nas carenagens. Os patrocinadores potenciais ficam com um pé atrás na hora de investir milhões de dólares em equipes médias diante do risco de não verem suas marcas na TV. Como as transmissões se detêm nos carros que lideram as provas, um campeonato desequilibrado transforma a F-1 num outdoor de uma marca só. Há, lógico, quem torça por isso. A Rothmans, que pagou uma fortuna para patrocinar a Williams, quer mais é que Senna ganhe tudo mesmo, de ponta a ponta. É o retorno esperado para os US$ 40 milhões que a companhia de cigarros enterrou na equipe. Texto Anterior: Carisma veio das posições políticas Próximo Texto: Indonésia e China reivindicam GPs Índice |
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