São Paulo, domingo, 27 de fevereiro de 1994
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Telê culpa Júnior, Axel e Euller por erros

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE; MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

A nova equipe que o São Paulo montou para esta temporada sofreu ontem o primeiro abalo. O epicentro do terremoto foi o campo nº 1 do Centro de Treinamento. No coletivo de ontem, feito para entrosar o time titular, que atuava completo pela primeira vez neste ano, os reservas golearam por 4 a 1, sem contar dois gols anulados pelo preparador-físico Altair Ramos.
Encerrado o jogo, Telê saiu de campo. Evitou os jornalistas e foi até o campo nº 3 conversar com o assistente Muricy, que dirigia o coletivo dos juniores. Nesse momento, deu a primeira demonstração de irritação com os titulares que chegaram este ano ao clube –Júnior Baiano, Axel e Euller. O zagueiro foi ao seu encontro pedir orientações para um treino suplementar. Da beirada do campo, chamou o técnico. Telê, a poucos metros de distância, nem sequer virou o rosto na sua direção.
Depois, o técnico chamou os três para uma conversa. Segundo Axel, disse-lhes que nenhum deles tinha lugar garantido no time titular. Telê afirma constantemente que os três ainda não captaram o estilo de jogo do São Paulo –rápido, objetivo, preciso e leal. Em seguida, dispensou Axel e Júnior, que mostravam-se visivelmente preocupados, e chamou Euller para treinar cruzamentos –sinal de que tem maiores chances de ser aproveitado hoje.
O fracasso do time no coletivo cria um novo problema. A equipe está desentrosada. Muller só faz sua estréia hoje. Válber estava afastado desde o Carnaval. Leonardo alterna boas e más atuações. "Muitos são novos. A equipe ainda não está compacta. Falta conjunto", diz.
O São Paulo vive a segunda grande reciclagem da era Telê. A primeira aconteceu no ano passado, quando Raí, o ponto-chave do time, foi para a França. Muitos duvidaram, mas a equipe sobreviveu. Não disputou as finais do Paulista e do Brasileiro de 93, mas alçou um vôo maior: o bicampeonato da Libertadores e do Mundial Interclubes, em cima do poderoso Milan. A segunda reciclagem se completa agora. E terá hoje seu mais duro teste: enfrentar o Palmeiras, principal rival, com quem o São Paulo digladiará não só nesse Paulista, como na Libertadores e no Brasileiro deste ano.

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