São Paulo, domingo, 27 de fevereiro de 1994
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Mar de crueldade entre amantes

ANSELMO CHERÉ

Não se pode dizer que o cineasta Roman Polanski teve a vida que pediu a Deus. Em 1969 sofreu a morte de sua mulher e atriz Sharon Tate pelas mãos de Charles Mason, assassino que amarga prisão perpétua. Depois foi acusado de ter violado uma jovem nos EUA, país que não pode entrar desde que fugiu para se livrar da acusação. E o real se mistura à ficção para apresentar o relacionamento humano atingindo o seu ponto máximo em "Lua de Fel", filme que surge depois de quatro anos de seu último trabalho, "Busca Frenética".
Baseado em novela homônima de Pascal Bruckner, o filme conta a história de um homem (Peter Coyote) que explora ao máximo os sentimentos de Mimi (Emmanuelle Seigner), uma garota que ele tanto cobiçou. Ela se apaixona perdidamente e por isso acaba sendo maltratada. As coisas mudam quando, paralítico, ele passa a depender da ajuda de quem tanto humilhou. Essa salada de emoções é relembrada num cruzeiro pelo Mediterrâneo. "Lua de Fel" é amargo, sombrio e vivo o bastante para questionar o mundo dos amantes.
Lua de Fel (Bitter Moon). Inglaterra/França, 1992. Direção de Roman Polanski. Duração: 139 minutos. Paris Vídeo. Tel. 533-8300. Preço: CR$ 45.400.

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