São Paulo, terça-feira, 1 de março de 1994
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Brasil deve colher safra recorde de soja

DA AGÊNCIA FOLHAS

A safra brasileira de soja 93/94 deve totalizar 24,2 milhões de toneladas, o que representa aumento de 8% em relação ao total colhido na temporada anterior (22,4 milhões de toneladas).
Estes dados fazem parte da terceira estimativa de produção de soja da agência Safras & Mercado.
O aumento na produção é consequência do crescimento na área plantada, que passou de 10,669 milhões de hectares em 92/93 para 11,353 milhões de hectares este ano, e também do rendimento médio recorde de 2.136 quilos por hectare.
Este ano o Brasil deve combinar a maior área plantada, cerca de 6%, com clima regular e ganhos de 1% na produtividade média.
Caso o clima se mantenha favorável e esta expectativa de colheita se confirme, a produção brasileira deste ano vai superar a safra recorde de 88/89 (24,1 milhões de t).
Apenas as lavouras do Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul foram, até agora, prejudicadas pelo clima.
Os agricultores gaúchos devem colher 6,099 milhões de toneladas. A estiagem no início de janeiro comprometeu o desenvolvimento das lavouras.
O rendimento médio no Estado deve cair para 1.930 quilos por hectare, contra 1.951 quilos por hectare em 1992/93.
No Mato Grosso do Sul houve atraso no plantio e em alguns casos a necessidade de replantio.
Essas pequenas perdas serão compensadas pelo crescimento na produção de outros Estados.
No Sul, Paraná e Santa Catarina devem colher excelentes safras. No Centro-Oeste, o comportamento do clima também foi muito favorável, principalmente no Mato Grosso, onde a produção deve ficar em 4,6 milhões de toneladas, contra 3,9 milhões de t em 92/93. Na região de Lucas do Rio Verde, médio-norte do Estado, a produtividade média gira em torno de 3.000 quilos por hectare, segundo informações da cooperativa local.
A confirmação destes resultados devem trazer folga para a composição dos estoques do complexo soja brasileiro no ano comercial (94/95), a exemplo do que ocorreu na temporada anterior.
O quadro mundial é de escassez, diante da quebra da safra-norte americana, que teve suas lavouras prejudicadas com a cheia do rio Mississipi no ano passado.
O Brasil deve aumentar seus estoques do grão e do farelo (veja quadro ao lado).
A demanda externa deve compensar o crescimento de apenas 1% no consumo de farelo e de 8% no esmagamento do grão.
O país deve exportar 5 milhões de t de grãos (13% a mais do que em 93), 10,2 milhões de t de farelo (crescimento de 11%) e 1,050 milhão de t de óleo (aumento de 39%).
As perspectivas de comercialização são positivas. Ainda que os picos de preços obtidos em julho de 93 não se repitam, o agricultor deve ganhar em termos de produtividade e conseguir preços maiores que no ano passado, pelo menos durante o primeiro semestre, quando entre 70% e 80% da safra normalmente é comercializada.

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