São Paulo, terça-feira, 1 de março de 1994 |
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Canola ganha espaço na safra de inverno
SÉRGIO PRADO
"Pretendíamos cultivar o dobro, mas a escassez da semente importada da Argentina atrapalhou nossos planos", afirma Nelson Sillas de Souza, 42, gerente da divisão de grãos da Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas de Maringá (Cocamar). Os agricultores que conseguiram semente estão otimistas com a perspectiva de colher perto de 1.800 quilos por hectare. Segundo Souza, a lucratividade pode chegar a 36%, pois o preço de venda alcança US$ 170 por tonelada e o custo de produção fica em US$ 110/t. A Cocamar garante assistência técnica e a compra da colheita para fabricação de óleo e farelo. "O agricultor ganhou ainda um ótimo meio de fazer rotação de culturas, completando o ciclo com milho e soja", diz Sebastião Vizioli, 54, o primeiro agricultor brasileiro a plantar canola. Este ano, ele semeará canola em 35 hectares, esperando colher cerca de 2.000 quilos por hectare. Este desempenho é igual ao do Canadá, onde a cultura é tradicional, e perde apenas para países europeus que produzem 2.600 quilos por hectare. "Os produtores estão aceitando bem a canola e a área plantada deve aumentar", prevê Vizioli. Para atender esta demanda por sementes, a Cocamar está realizando experimentos com variedades novas e manejo de solo. "A partir da próxima safra não precisaremos mais importar sementes", afirma Souza. Está prevista a expansão no Paraná e Mato Grosso do Sul, que já possui alguns produtores, além do início do cultivo no Rio Grande do Sul, onde há boa estrutura para industrialização. O produto já conquistou crédito para custeio junto ao Banco do Brasil, garantia de preços mínimos e Proagro (seguro agrícola). Texto Anterior: Brasil deve colher safra recorde de soja Próximo Texto: Safra quebra e preços disparam Índice |
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