São Paulo, terça-feira, 1 de março de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EUA têm outro corpo que exala gás tóxico

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Foi registrado na Califórnia (EUA) o segundo caso de um corpo que emite gases tóxicos em menos de três dias. Domingo, médicos e enfermeiros que atendiam uma mulher internada na sala de urgência do hospital de Bakersfield (a cerca de 100 km de Los Angeles) aparentemente sentiram náusea por sentir as emanações da paciente.
A mulher, de 44 anos, foi internada com dificuldades respiratórias. Depois de colocarem um tubo na garganta para facilitar sua respiração, os enfermeiros notaram que ela emitia um pronunciado odor de produtos químicos e sentiram mal-estar. A mulher, em estado crítico, foi internada em total isolamento.
O caso é aparentemente similar ao de Gloria Ramirez, que morreu aos 31 anos no dia 19, em um hospital de Riverside, a cerca de 50 km de Bakersfield. Depois de prestarem primeiros socorros a Ramirez, os enfermeiros foram internados com urgência por terem inalado gases tóxicos exalados pelo sangue da mulher. Dois deles permanecem hospitalizados.
Ficção científica
A autópsia que analisou o cadáver de Gloria Ramirez reproduziu um cenário de filme de ficção científica. Em uma sala hermeticamente selada, os médicos envergavam trajes projetados para serem usados em caso de guerra química, semelhantes à roupa espacial dos astronautas.
Depois de 90 minutos de autópsia, funcionários do governo local disseram que a equipe não havia pistas sobre o incidente. Segundo os funcionários, as amostras de tecido e de sangue seriam analisadas e os resultados, tornados públicos o quanto antes.
Além disso, eles afirmaram não haver garantia nenhuma de que o mistério pudesse ser solucionado com o resultado da autópsia. Investigadores vasculhavam a possibilidade de a equipe médica ter sido afetada por alguma outra fonte de na sala de emergência do hospital de Riverside.
Segundo funcionários do hospital, o corpo de Ramirez exalava um cheiro de amoníaco e tinha um aspecto oleoso. Marcas no sangue retirado sugerem que ela não tenha morrido pela doença que a levou ao hospital, um câncer cervical que provocava dores no estômago e no peito quando deu entrada no hospital.
Os médicos aventaram a hipótese de ela ter ingerido alguma substância tóxica que causou o mal-estar. Pouco depois de morrer, seis funcionários da sala de emergência desmaiaram, inclusive os dois que foram hospitalizados. Um médico ainda sente dificuldades respiratórias ocasionais. Os resultados da autópsia devem demorar no mínimo mais uma semana.

Texto Anterior: Governador ataca investigação
Próximo Texto: Astronautas dos EUA treinam para subir à estação orbital russa
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.