São Paulo, quarta-feira, 2 de março de 1994 |
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Sarney diz que não sofre de "lulafobia"
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS O senador José Sarney (PMDB-AP) disse ontem que ainda não escolheu seu candidato a presidente da República e que não sofre de "lulafobia". Sarney afirmou que "o PT tem em Lula uma candidatura fortemente consolidada". Ele falou à Folha em sua residência na praia do Calhau, a oito quilômetros de São Luís (MA).A entrevista foi interrompida três vezes para Sarney atender telefonemas do ministro da Justiça, Mauricio Corrêa, do senador Gilberto Miranda e do ministro Henrique Hargreaves. Também recebeu telefonemas dos governadores de São Paulo, Luiz Antônio Fleury, da Bahia, Antônio Carlos Magalhães, do ex-governador Orestes Quércia, do ex-ministro da Cultura José Aparecido de Oliveira, do ex-ministro da Indústria e Comércio José Eduardo de Andrade Vieira, e do ministro Fernando Henrique Cardoso. Sarney disse que já está totalmente recuperado da arritmia que teve no último sábado. Folha - O sr. é candidato à Presidência da República? José Sarney - Nunca fui e não serei candidato. O que acontece é que o meu nome sempre é lembrado pelo povo nas pesquisas. A prova de que nunca quis ser candidato é que permaneci no PMDB, cuja direção tem me hostilizado. Folha - Quem é seu candidato a presidente? Sarney - Ainda não tenho. Acho que o PMDB deve buscar a unidade interna pois ele não tem um candidato natural, não tem um candidato popular e está irremediavelmente dividido. Folha - O sr. não seria o candidato popular do PMDB? Sarney - O PMDB não acha, apesar das pesquisas. Folha - O que o sr. achou da proposta do governador da Bahia, Antônio Carlos Magalhães, de uma aliança do PFL com o PSDB e outros partidos? Sarney - As posições de Antônio Carlos Magalhães são sempre muito lúcidas. Ele é um grande político e um grande nome à sucessão do presidente Itamar. Folha - E a candidatura do ministro Fernando Henrique? Sarney - Ele tem direito de ser candidato. Não pode ser impedido por ser ministro e ter elaborado um plano econômico. Isso não significa que ele ganhará a eleição. Folha - Muitos políticos estão preocupados em achar um nome que tenha condições de liderar uma ampla coligação e derrotar o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. O que o sr. acha? Sarney - O PT tem em Lula uma candidatura grandemente consolidada. Eu não sofro de "lulafobia". Texto Anterior: Esquerda do PSDB reage contra aliança Próximo Texto: Quércia tenta hoje superar dificuldades Índice |
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