São Paulo, quarta-feira, 2 de março de 1994
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Quércia tenta hoje superar dificuldades

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Pré-candidato do PMDB a presidente da República, Orestes Quércia vai tentar usar hoje a manifestação de prefeitos paulistas favoráveis à sua candidatura para compensar dificuldades que vem enfrentando em sua campanha. Sua ida anteontem a Belo Horizonte (MG) foi considerada um fracasso –compareceram apenas quatro dos 14 deputados federais. A visita que ele fez ao PMDB do Rio, sexta-feira, também foi fraca.
Os quercistas estão otimistas com a manifestação de hoje. Wilson José Abdalla, presidente da APM (Associação Paulista dos Municípios), que organiza o evento, promete reunir mais de três mil pessoas –entre elas 500 prefeitos e ex-prefeitos. Mas será escassa a presença de personalidades políticas. Até ontem, o nome confirmado de maior peso era o do senador Ney Maranhão (PRN-PE), integrante do "esquadrão da morte" do ex-presidente Collor.
A manifestação da APM, no Centro de Convenções Rebouças, região central de São Paulo, servirá para o lançamento da candidatura quercista. O presidente da APM enviou convites para governadores, deputados e senadores. Para justificar sua ausência, o governador paulista Luiz Antonio Fleury Filho aceitou convite feito há dois anos pelo governo boliviano para visitar aquele país. De outros Estados, além de Maranhão, virão prefeitos como os de Pelotas (RS), Irajá Rodrigues (PMDB), e de Santo Amaro da Purificiação (BA), Raimundo Pimenta (PSDB).
Quase um mês após lançar sua candidatura, o ex-governador paulista ainda não conseguiu uma única adesão de peso. Ao desembarcar em Belo Horizonte, foi recebido apenas por Joaquim Melo Freire, ex-secretário-geral do PMDB. Antes de voltar a São Paulo, encontrou-se com o ex-governador Newton Cardoso.
A bancada federal do PMDB apostava na candidatura do deputado Antônio Britto (RS). Como Britto decidiu disputar o governo gaúcho, a opção passou a ser Fleury. O governador paulista já trabalha abertamente para fortalecer seu nome. Ontem, jantou com senadores do PMDB, na casa de Ronan Tito (MG).
À tarde, Fleury despachou seu "escalão" avançado para conversar com parlamentares, em Brasília. Frederico Pinto Coelho Neto, o "Lilico", irmão do governador, liderava o grupo. Ele se reuniu com o presidente do PMDB, Luiz Henrique, e com os presidentes do PMDB de Mato Grosso do Sul e Paraná. O prefeito de Recife, Jarbas Vasconcelos, chegou no final da reunião e pediu para que fosse marcado um encontro entre ele e Fleury.

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