São Paulo, quarta-feira, 2 de março de 1994
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Maioria acha que inflação vai aumentar

DA REPORTAGEM LOCAL

A inflação vai aumentar nos próximos meses, diz a maioria absoluta (73%) da população paulistana, de acordo com uma pesquisa Datafolha, que entrevistou ontem 1.080 moradores da cidade de São Paulo.
A pesquisa sobre a expectativa de inflação após o anúncio das medidas econômicas pelo ministro Fernando Henrique Cardoso mostra que a maior parte (42%) acredita que ela deverá aumentar nos próximos meses, e 31% que permanecerá inalterada.
Informados de que a partir de março os salários serão calculados pela média salarial dos últimos quatro meses, de acordo com a variação da URV, e de que os preços e as tarifas públicas permanecem livres, a maior parte dos entrevistados (68%) não acredita num aumento de seu poder de compra. As opiniões dividem-se entre ficar como está (35%) e diminuir (33%).
Solicitados a comparar o atual plano do ministro Fernando Henrique Cardoso com o Plano Cruzado, adotado em 1986, pelo então ministro Dilson Funaro, a maior parte dos entrevistados (53%) considera o atual melhor que o anterior, enquanto 17% manifestaram opinião contrária. Para 15%, o plano FHC "não é melhor nem pior" do que o Cruzado e outros 15% não sabem opinar.
Os paulistanos mostraram-se divididos quando colocados diante da possibilidade de o ministro Fernando Henrique Cardoso deixar o governo até o próximo dia 2 de abril para poder concorrer às eleições presidenciais: 48% acreditam que ele vai continuar enquanto 43% têm opinião contrária.
Apesar de 43% dos entrevistados acreditarem na saída de FHC do governo, a maioria (54%) é contrária à sua desincompatibilização para concorrer às eleições presidenciais: 28% mostram-se favoráveis, 14% se dizem indiferentes e 4% não sabem responder.
A receptividade por parte dos paulistanos em relação ao plano FHC é positiva: metade (51%) acredita que elas são boas para o país, 20% dizem o contrário, 14% se mostram indiferentes e 16% não sabem opinar a respeito.
Nesse aspecto, os índices obtidos são praticamente os mesmos alcançados quando por ocasião do anúncio da primeira etapa do plano, em dezembro de 93. Mas em relação a março de 90, após a decretação do Plano Collor 1, observa-se que o número de pessimistas aumentou, passando de 8% (que julgam que as medidas são ruins para o país) para os atuais 20%.
Apesar da boa avaliação das medidas quanto aos benefícios que elas podem trazer ao país, no plano pessoal a maior parte dos paulistanos mostra-se indiferente a elas (38%), enquanto 28% se julgam mais prejudicados, 20% mais beneficiados e 14% não sabem opinar.

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