São Paulo, quarta-feira, 2 de março de 1994
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Procuradora diz que Rossi é o responsável por irregularidades

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A procuradora do INSS Olga Maria Lopes responsabilizou ontem o ex-presidente do orgão, José Arnaldo Rossi, pelas irregularidades no parcelamento de dívidas para empresas privadas. Segundo ela, era Rossi quem dava os parceres finais autorizando os parcelamentos.
Olga Maria Lopes afirmou que Rossi se encontrava com o argentino César Arrieta –acusado de comandar a rede de fraudes que causou um rombo de US$ 1,5 bilhão aos cofres públicos– em seu gabinete na Procuradoria do INSS no Rio de Janeiro. A Folha procurou Rossi em sua residência no Rio, mas o ex-procurador não foi localizado até as 19h.
Apontada pela CPI da Previdência como responsável por pelo menos 15 despachos favoráveis a empresas devedoras, Olga Maria negou conhecer Arrieta. No entanto, a relatora da CPI, deputada Cidinha Campos (PDT-RJ), apresentou documentos e contas telefônicas apreendidas no escritório de Arrieta em dezembro de 93 confirmando o contato entre ambos.
Foram relacionadas várias chamadas no período de dezembro de 91 a outubro de 92. Os recados deixados pela procuradora eram, no mínimo, comprometedores. Em 19 de maio de 92, a secretária anotou: "Meire disse que não pode dar parcelamento. Ligar urgente para Olga." O caso dizia respeito a um parcelamento desautorizado pela também procuradora Meire Lúcia Gomes Monteiro.
A CPI da Previdência vai ouvir o depoimento de mais quatro pessoas ainda esta semana. Às 14h30 de hoje, Tassí de Mello e Silva, ex-auxiliar administrativa do INSS, vai ter que explicar a origem dos depósitos de US$ 4 bilhões feitos em sua conta.

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