São Paulo, quarta-feira, 2 de março de 1994 |
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Imagens em piscina criam universo surreal
RODOLFO LUCENA
Experiências em baixo d'água dão base para filme publicitário que inclui caneta criada em computador Uma mulher flutua em um mundo fluido. Os tons são azulados, a pele feminina é bem clara. De repente, uma caneta passa a fazer parte do ambiente, "nadando" também. São cenas do comercial que lança na Europa, neste mês, a caneta Rive, da empresa alemã Rotring. O trabalho foi filmado em uma piscina em São Paulo, a partir de experiências com fotos em baixo d'água feitas pelo fotógrafo Klaus Mitteldorf. As fotos foram feitas até 1992. "Era uma fase mais estética, colorida, que brincava com a plasticidade do corpo das modelos", diz Mitteldorf, 40. Sem grandes efeitos especiais, o fotógrafo criava em uma piscina um mundo surrealista. Com um plástico preto de fundo, a piscina virava mar, com as dobras do plástico dando idéia de rochas. As cores eram de flores de plástico, também comuns. Para ganhar mais contraste entre os objetos, eliminar os semitons e ganhar nas cores, foi usado um processo de revelação especial, chamado C41, em que o cromo positivo é revelado como se fosse um negativo. "Não é um processo para documentação, é um processo para criação", diz Mitteldorf. As fotos foram mostradas em livro e, no ano passado, a agência responsável pelo lançamento da Rive procurou o fotógrafo. "A idéia básica era colocar um ser feminino em um mundo fluido, criar um mundo fantasioso", diz. O "mundo" foi uma piscina na zona sul de São Paulo, onde os plásticos pretos voltaram a ser usados como cenário. Foram colocados espelhos no fundo e fora da piscina, para refletir a luz, com produção de Andreas Heininger, também de São Paulo. A câmera foi instalada em um gabinete estanque, onde havia também um pequeno monitor; a camêra estava ligada a um segundo monitor, fora d'água, no qual a produção acompanhava a filmagem. Os trabalhos duraram três dias –um para os testes e os outros para a filmagem. O filme, positivo, foi revelado como se fosse um negativo. Depois, entrou em cena o computador. O comercial foi concluído na Alemanha, onde as cenas da modelo na água foram combinadas com a animação da caneta, feita em uma estação gráfica da Silicon Graphics, com o programa "Soft Image". A caneta foi toda desenhada no computador e, depois, revestida com a textura desejada. Então, foi animada em movimentos giratórios e para a frente. Além disso, todo o trabalho de correção de tons e cores foi feito em computador. Para os títulos e fusão das cenas foi usado o sistema Harriet e os cortes foram executados no Avid. Atualmente, Mitteldorf continua trabalhando com fotos na água –piscinas, lagos e o mar são alguns dos cenários. Agora, porém, na superfície. "Comecei a trabalhar em cima do sentimento da pessoa que está dentro da água, como ela reage na água", diz. Nessa fase, ele está fazendo mais fotos em preto-e-branco do que coloridas, para "ressaltar mais a expressão das modelos". Texto Anterior: Ex-chefe de polícia de LA cria jogo Próximo Texto: Mercado tem várias câmeras Índice |
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