São Paulo, quarta-feira, 2 de março de 1994
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Pistoleiro atira em judeus no Brooklyn

FERNANDA GODOY
DE NOVA YORK

Quatro estudantes judeus com idades entre 17 e 20 anos foram baleados ontem nas proximidades da entrada da ponte do Brooklyn, em Nova York. Dois deles, atingidos na cabeça, estão internados em estado crítico. Uma testemunha disse ter ouvido o atirador, supostamente um homem árabe em um Chevrolet preto, gritar "morte aos judeus" antes de disparar os tiros que estilhaçaram os vidros traseiros da van branca e atingiram os rapazes. A polícia de Nova York está à procura do suspeito.
Embora o incidente esteja sendo interpretado como uma represália ao massacre de Hebron, ocorrido sexta-feira passada, a polícia também investiga a possibilidade de que tenha havido uma briga de trânsito. Baruch Goldstein, que matou 43 muçulmanos numa mesquita de Hebron, na Cisjordânia, era do Brooklyn.
O carro em que estavam as vítimas é uma caminhonete que transportava cerca de 15 pessoas em direção ao bairro de Crown Heights, no Brooklyn, onde há grande concentração de judeus ortodoxos. A ponte do Brooklyn ficou fechada durante várias horas e houve grandes congestionamentos.
Em 1990, um estudante judeu de Crown Heights foi morto a facadas durante conflito com moradores negros. O episódio azedou as relações raciais na cidade e levou muitos cidadãos judeus de Nova York a não apoiarem a reeleição do prefeito David Dinkins, democrata e negro, que foi considerado omisso no caso.
O prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, pediu calma aos moradores e afirmou, em entrevista coletiva convocada por sua assessoria, que não há indício de que outros atentados estejam sendo preparados. A polícia está de sobreaviso nos distritos onde há populações numerosas de árabes e/ou judeus para evitar distúrbios.

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