São Paulo, quarta-feira, 2 de março de 1994
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A pior

A Cosesp, seguradora estatal do Estado de São Paulo, é um bom exemplo do absurdo grau de ineficiência a que podem chegar algumas empresas do Estado. A seguradora gastava com despesas administrativas menos de 20% das receitas em 86 (fim do governo Montoro). Desde então a Cosesp tem permanecido alheia a toda a revolução por que passou o setor privado –com o aumento da produtividade e da eficiência–, e aquela proporção elevou-se para estratosféricos 83% no primeiro semestre de 93 (gestão Fleury).
Como era de se esperar, essa mudança afetou negativamente o desempenho. A estatal, conforme revelou esta Folha, apesar de deter o monopólio de todas as apólices relativas ao patrimônio do Estado, é a última colocada entre as 88 empresas do ramo do país no quesito resultado operacional.
É até concebível que uma eventual gestão eficiente corrija parte dessas distorções, mas é da lógica do setor estatal a descontinuidade administrativa, a interferência de critérios políticos nas decisões e na indicação de dirigentes, a vulnerabilidade ao corporativismo e a menor preocupação com eficiência. É uma lógica onerosa ao cidadão que só pode ser vencida com a privatização.

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