São Paulo, quarta-feira, 2 de março de 1994
Próximo Texto | Índice

Igreja e camisinha; Preferências; Pluralidade e salários; Educação brasileira; Prejuízos da Cosesp

Igreja e camisinha
"Manifesto minha profunda decepção com o comentário de Josias de Souza (28/02) envolvendo a pessoa de d. Luciano Mendes de Almeida. Ao jornalista não falta competência para entender que d. Luciano não coloca a questão sexual em termos de apenas usar ou não camisinha. A questão sexual é, antes de tudo, uma questão de educação para o amor. Ademais, embora discordando, o mesmo jornalista tem demonstrado, em diversas oportunidades, saber exercer tal direito com muito mais dignidade, ainda mais perante alguém do gabarito humano, moral, cívico e religioso de d. Luciano Mendes de Almeida. Lamentável!"
Augusto César Pereira, do Setor de Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil –CNBB– (Brasília, DF)

"A ninguém que acompanhe os passos de d. Luciano, ainda que de longe, e mesmo não sendo católico, passa despercebida a dedicação deste insigne pastor que consome, com maior frequência do que se possa suspeitar, noites e noites sacrificando seu próprio descanso, ao lado dos doentes, especialmente dos mais pobres e abandonados até por seus familiares. A história fará justiça a um dos mais dedicados pastores da Igreja Católica do Brasil."
José G. Beraldo, assessor nacional, e Fauzi Trad, coordenador nacional, do Movimento de Cursilhos de Cristandade do Brasil (São Paulo, SP)

"O Presbitério da Arquidiocese de Mariana, reunido em sua assembléia anual, somando 125 padres, deseja externar seu protesto contra o artigo 'Batina da morte', onde a figura do nosso querido arcebispo, d. Luciano Mendes de Almeida, foi transformada em alvo de críticas desavisadas e inconsistentes. Importa investir na reserva moral do povo brasileiro e não aliciá-lo com soluções aparentes, que constituem, estas sim, um atentado sub-reptício contra a dignidade da pessoa humana."
Vicente Dilascio, vigário geral de Mariana (Mariana, MG)

"Excelente e oportuníssimo o artigo de Josias de Souza, 'Batina da morte' (28/02). Há meses passados, neste mesmo espaço da Folha, Gilberto Dimenstein sugeria o Prêmio Nobel a d. Luciano Mendes de Almeida. Meu protesto não teve ouvida. Em represália, o Grupo Gay da Bahia incluiu entre os dez maiores inimigos dos direitos humanos dos homossexuais o nome do arcebispo de Mariana que, como o papa, considera o homossexualismo e o uso da camisinha como 'desordem moral'."
Luiz Mott, presidente do Grupo Gay da Bahia (Salvador, BA)

"Dia 28/02 Josias de Souza nos convida a ouvir a sua pregação no deserto, longe do sogro ministro da eucaristia, a fim de discordar, convenhamos com certa razão, da posição de d. Luciano relacionada com a campanha contra a Aids. Encerra o seu artigo, chamando a atenção para o 'sexto' mandamento: 'Não matarás'(na realidade é o quinto mandamento). A ordem dos fatores não altera o produto, mas coitado do ilustre jornalista. Agora, quando encontrar o sogro, além do puxão de orelhas, vai acabar ganhando um catecismo de presente, e d. Luciano, apesar da sua bondade, se sentirá vingado."
Roberto Antonio Cera (Piracicaba, SP)

Preferências
"Admirado e indignado ainda fico eu, ao ver que ao lado de comentaristas e articulistas de peso como Carlos Heitor Cony, Gilberto Dimenstein, Arnaldo Jabor e Clóvis Rossi, figuram nomes como Joyce Pascowitch, José Simão, Barbara Gancia e David D. Zingg, que se utilizam de uma linguagem pobre, chula, vulgar e de comentários depreciativos e maledicentes, que longe estão de ser considerados crítica."
Glaydson José da Silva (Franca, SP)

Pluralidade e salários
"O editorial da Folha de 20/02 'Salários com sal' é um primor de cinismo. Há mais ou menos 30 anos venho ouvindo a mesma lenga-lenga. Acho que a nossa classe dominante, através de seus porta-vozes da mídia, deveria ao menos ser mais original. Algum dos ilustres editorialistas da Folha já experimentou viver um mês com um salário mínimo brasileiro? Deixem de ser cínicos e virem o disco! Quem desmascara, com precisão, esse discurso são, na mesma Folha, Aloysio Biondi e Maria da Conceição Tavares. Ou ainda Janio de Freitas, que demonstra, em seu artigo de 23/02, quem pagará a conta de mais uma 'estabilização'. Aliás, esses articulistas e mais o José Simão valem a assinatura da Folha."
Maria Ângela Cançado (Rio de Janeiro, RJ)

Nota da Redação – A pluralidade de opiniões é uma característica da Folha.

Educação brasileira
"Caro mestre Roberto Romano, estou contigo e não abro desde ontem, hoje e sempre em relação a sua contundente exposição sobre o lixo moral, cívico, científico e psicológico da educação brasileira, publicada na seção Tendências/Debates de 22/02."
Francisco de Assis Cintra Nepomuceno (Osasco, SP)

Prejuízos da Cosesp
"Com referência a matéria 'Estatal tem prejuízo de US$ 26 mi', publicada na edição do último dia 27/02, durante o período que estivemos à frente da Cosesp, abril/91 à abril/93, tomamos algumas medidas visando modernizar a empresa, incentivamos os funcionários com a implantação do plano de cargos e salários, informatizamos os serviços e incrementamos o seguro-rural. Neste período, a Cosesp apresentou resultados positivos atuando competitivamente no mercado segurador. Nos anos de 91 e 92, sob a nossa responsabilidade, a empresa teve lucro líquido, aferido em balanços. Sobre o ano de 93 que versa a matéria, evidentemente que não podemos assumir a responsabilidade, já que permanecemos apenas quatro meses frente à presidência."
Carlos Francisco Pupio Marcondes, diretor de Patrimônio do Banespa (São Paulo, SP)

Voto destituinte
"Na coluna Painel desse jornal, edição do dia 23/01, constou uma pequena nota na qual se noticiava que a nobre deputada Beth Azize (PDT) teria ficado agastada com o ilustre relator da revisão constitucional, deputado Nelson Jobim, por considerar que a idéia do 'voto destituinte' é sua e não do deputado Michel Temer (hoje secretário de Governo de São Paulo), sendo objeto de emenda por ela apresentada. Para se fazer justiça quanto à paternidade da idéia, levo a seu conhecimento que o deputado Michel Temer já havia publicado artigo sobre o tema, com o título 'Não à abstenção' jornal nº 381 do Sindicato dos Empregados Vendedores e Viajantes do Comércio (SP)."
Edson Ribeiro Pinto, presidente do Sindicato dos Empregados Vendedores e Viajantes do Comércio no Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

IPTU
"Após pagar a 'bagatela' de CR$ 140.567,00 de IPTU de um apartamento de 135 metros quadrados, valor este correspondente a cinco aluguéis que pago com sacrifício, para morar num lugar velho e caindo aos pedaços, enfrentando todos os problemas de um prédio antigo, descubro que grande parte dos moradores do bairro de Higienópolis (cidade de São Paulo) estão isentos deste imposto. Será que existe alguém decente neste país que possa me explicar que raio de lei é essa?"
Eliná Coronado (São Paulo, SP)

Próximo Texto: Distorções sócio-ambientais da USP
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.