São Paulo, quinta-feira, 3 de março de 1994
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Chaikin faz aventuras adultas

DA REPORTAGEM LOCAL

Howard Chaikin é sucesso de público e crítica. Considerado um dos mais inovadores artistas da atualidade, seus trabalhos têm vendas regulares embora não seja nenhum fenômeno. São sempre traduzidos para italiano, espanhol e português. "Tenho um bom mercado na Europa. Sou sempre bem aceito em países católicos", diz, explicando por que não se assusta em ser conhecido no Brasil.
Seus nomes favoritos nos quadrinhos são europeus –Jordi Bernet, Magnus, Sergio Toppi. "Não sou particularmente interessado em super-heróis americanos", diz. "O quem vem sendo feito aqui é mais para garotos de 12 anos. Prefiro fazer aventuras com uma perspectiva mais adulta."
Segundo Chaikin, a indústria HQ americana tem uma preocupação bem diferente da sua: "Existe uma maneira específica de se fazer HQ nos EUA que torna tudo igual, de um western a uma peça de Genet. A mídia americana quer saber se as pessoas gostam dos heróis, e não se a história é boa. Quero escrever histórias interessantes sobre gente interessante."
Provavelmente por isso "Time Square" (publicado no Brasil pela editora Globo) seja uma de suas histórias favoritas. Mesmo vendendo bem nos EUA, ele sabe que não é "mainstream", e não quer ser. "Como artista do ramo, sou mais conhecido na Europa", diz.

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