São Paulo, sexta-feira, 4 de março de 1994
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Previdência aplica recursos em benefícios e pensões

DA SUCURSAL DO RIO

Para fazer frente ao aumento diário dos gastos previdenciários com a introdução da URV –da ordem de US$ 1,6 bilhão ao ano–, os recursos arrecadados em 94 serão utilizados no pagamento de benefícios e pensões. Com essa decisão, parte da arrecadação não será utilizada no custeio da máquina administrativa da Previdência.
A informação foi dada pelo ministro da Previdência Social, Sérgio Cutolo. Segundo ele, o custeio da máquina administrativa será financiado pelo Tesouro.
O ministro disse que a proposta enviada pelo governo ao Congresso, prevê os recursos para financiar os pagamentos aos aposentados e pensionistas.
Cutolo defendeu o salário mínimo definido pelo plano de estabilização, em US$ 64,79. Segundo ele, este é o piso compatível com o montante do pagamento dos benefícios previdenciários. "Não se cria receita abstratamente.".
Para ele, os gastos previdenciários são muito altos. Em 94, a Previdência gastará US$ 23,9 bilhões. Em 92, o gasto foi da ordem de US$ 14,4 bilhões. "Isso significa um crescimento real de mais de 60%", disse.
Dentro dessa realidade de gasto, o ministro disse que seria inviável a implantação da proposta de aumento do salário mínimo de 50%. "Para financiar isso, nós precisaríamos de cerca de US$ 10 bilhões." Cutolo disse que o governo não vai "fazer demagogia".
Ele ressaltou que, se não fosse introduzida a URV, a Previdência não pagaria cerca de US$ 65 de salário mínimo. Com a desvalorização inflacionária ao mês, Cutolo afirmou que esse salário seria de US$ 50. (Roni Lima)

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