São Paulo, sexta-feira, 4 de março de 1994
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Fazenda regula operações em URV

MARISTELA MAFEI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério da Fazenda irá divulgar, até a próxima terça-feira, portaria normatizando a adoção da URV nas operações entre empresas, disse ontem José Milton Dallari, assessor de preços da Pasta, durante reunião com representantes dos supermercados, da indústria de alimentos, higiene e limpeza e do atacado em São Paulo.
Paralelamente, o governo começa a chamar as empresas que estão praticando preços acima da média do verificado no último quadrimestre de 93. Na mira dos técnicos da Fazenda estão os fabricantes de achocolatados, creme dental, lâmina de barbear, açúcar e detergente.
Celsius Lodder, superintendente da Sunab, também presente à reunião, disse que as delegacias regionais de sua Pasta nos Estados do Rio e de São Paulo já estão finalizando dados para apontar os responsáveis pela alta de preços especulativa nos supermercados entre 24 e 28 de fevereiro último.
Por conta da fiscalização da Sunab, o ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, disse anteontem que os supermercados estavam boicotando o plano. O ministro estaria magoado, segundo a Folha apurou, com os resultados da blitz em uma loja do Pão de Açucar em São Paulo. Ainda ontem, a direção do grupo informou que já foram encaminhadas ao ministro as notas fiscais de seus fornecedores apontando a alta.
Na saída da reunião com Dallari, alguns dos representantes dos setores visados pela Fazenda, como Wilber Marques Antunes, diretor da Nestlé, se recusaram a falar com a imprensa. Carlos Eduardo Toro, da Colgate-Palmolive, disse que uma única rede de supermercado chega a praticar preços com 50% de diferença entre suas lojas para o creme dental.
João Locozelli, que representa os fabricantes de detergente, disse que os preços no setor estão abaixo da inflação. Indústrias e supermercados inciaram ontem uma queda-de-braço para evitar perdas com a URV. Levy Nogueira, presidente da Associação Brasileira dos Supermercados, declarou-se a favor da tablita em compras a prazo.
Os fornecedores presentes ao encontro são contra. Mas se comprometeram a praticar a média de preços de setembro a dezembro de 93, informou Edmundo Klotz, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentos.

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sobre preços na pág. 2-3.

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