São Paulo, sexta-feira, 4 de março de 1994
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Estudo indica que preços teriam de ser reduzidos na conversão para URV

IVANIR JOSÉ BORTOT; LILIANA LAVORATTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA.

Um estudo feito pelo Ministério da Fazenda a partir de pesquisa de preços da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo) indica que a maioria dos produtos e serviços quando convertidos para a URV (Unidade Real de Valor) teriam de sofrer uma redução de preços, e não aumento.
A Fazenda usou todos os preços pesquisados pela FIPE em URV mensal nos meses de novembro, dezembro, janeiro e fevereiro. Os economistas da Fazenda calcularam a média real de 250 preços e serviços praticados nesses quatro meses. A partir dessa média foi feita uma comparação com os preços praticados em fevereiro e indicada qual poderia ser, em tese, a variação dos preços na conversão para a URV a partir de primeiro de março.
Os alimentos in natura, como carne bovina e frango, tiveram reajustes inferiores à média nos últimos dois meses e com isso poderiam elevar de 8% a 10% seus preços. Os preços dos legumes, por exemplo, poderiam ser convertidos com aumento de até 28% e mesmo assim ficariam na média.
Os produtos de higiene e limpeza –um dos oligopólios tradicionais– praticaram aumentos preventivos de preços. A média dos quatro meses implicaria em uma redução real de 2,6% nos preços no processo de conversão para a URV. A conversão dos serviços médicos –como despesas com dentista, oculista– terá de ser feita por valores inferiores aos praticados atualmente. O material escolar e mensalidades de escolas particulares foram reajustados muito acima da inflação e teriam, também , de sofrer redução no processo de conversão.
A Sunab (Superintendência Nacional de Abastecimento) foi acionada nos últimos dias para agilizar a sua pesquisa diária sobre o comportamento de preços de 400 produtos. O superintendente da Sunab, Celsius Lodder, deverá elevar para mais de 800 o número de pesquisadores de preços no mercado.
A partir desse levantamento da Sunab, a área de preços do Ministério da Fazenda fará uma comparação para ver se os produtos estão sendo convertidos pela média ou acima da média. Segundo a Folha apurou, as chamadas "práticas abusivas de preços" no processo de conversão serão coibidas com a nova lei de defesa da concorrência, que prevê prisão para empresários. O projeto de lei deverá ser encaminhado ao Congresso até o início da próxima semana. (Ivanir José Bortot e Liliana Lavoratti)

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