São Paulo, sexta-feira, 4 de março de 1994
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Rebelde diz que Ieltsin provoca 'guerra civil'

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O ex-presidente do Parlamento russo Ruslan Khasbulatov –um dos líderes da insurreição conservadora de outubro passado– disse ontem que a Rússia vive uma "guerra civil, que vai continuar enquanto (o presidente Boris) Ieltsin ficar no poder". Ontem, Ieltsin reiterou as ameaças de prender novamente os anistiados se eles tentassem "desestabilizar o país".
A Duma (câmara baixa do Parlamento) aprovou na semana passada anistia aos líderes da resistência do ano passado –entre eles Khasbulatov– e aos golpistas que em 1991 tentaram derrubar o então presidente Mikhail Gorbatchov.
Ruslan Khasbulatov disse em entrevista ao jornal comunista "Pravda" que deve voltar à política, ao contrário do que havia dito quando saiu da prisão. Segundo ele, "métodos criminosos" foram usados para tirá-lo do poder. Junto com o então vice presidente Alexander Rutskoi, ele liderou o levante anti-Ieltsin, em que morreram mais de cem pessoas.
Ieltsin já não é mais o político mais influente da Rússia, segundo pesquisa divulgada ontem em Moscou. Ele foi ultrapassado por seu premiê, Viktor Tchernormirdin, que conquistou espaço ao formar o atual gabinete russo, afastando os defensores de reformas radicais rumo ao capitalismo.
Realizada mensalmente desde janeiro do ano passado, a pesquisa ouve jornalistas e analistas. Cem políticos ou ocupantes de cargos públicos recebem notas de 1 a 10. O premiê Tchernormirdin obteve 8,86. O presidente Boris Ieltsin, que teve 9,55 no mês passado, caiu para 8,79.
A mudança mais importante apontada pela pesquisa foi a de Vitali Tchurkin, vice-ministro das Relações Exteriores. Enviado do governo russo à Bosnia, Tchurkin recebeu crédito por ter convencido os sérvios a cumprir o ultimato da Otan em Sarajevo –subiu do 99º para o 16º lugar.

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