São Paulo, sábado, 5 de março de 1994
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Fim-de-semana esticado

No início da década de 60, o advogado recém-formado Francisco Dornelles destacava-se como observador do espírito das leis e dos humores do Congresso. Com essa qualificação, o futuro ministro da Fazenda e atual deputado (PPR-RJ) não demorou a ser contratado pela Confederação Nacional da Indústria.
Passados alguns meses, Dornelles foi encarregado da análise de um projeto do então deputado pelo PSD paulista, Ranieri Mazzilli, propondo a transformação do sábado em dia de folga para o funcionalismo público.
O parlamentar argumentava que, aos sábados pela manhã, as seções ficavam às moscas.
Dornelles estudou o projeto e concluiu pela sensatez do pleito. O parecer foi parar nas mãos do chefe da assessoria técnica da CNI, o alemão Hans Goldman. Este chamou Dornelles e, a princípio, disse que concordava com seus argumentos. Mas acabou mudando:
– Não vou apoiar o parecer favorável porque o absenteísmo passaria para as tardes de sexta-feira.
Tempos depois o projeto de Mazzilli virou lei. E a prática provou que Goldman estava certo.

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