São Paulo, sábado, 5 de março de 1994
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Reitor critica corte de verbas

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O reitor da USP, Flávio Fava de Moraes, criticou ontem a extinção dos incentivos fiscais para o financiamento de pesquisas em ciência e tecnologia, provocada pela medida provisória do plano de Fernando Henrique Cardoso. A lei dos incentivos fiscais para a área havia sido aprovada há dois meses.
"Estamos gastando 85% do orçamento com a folha de pagamento e contávamos com os incentivos para poder investir mais em pesquisa. Os 15% restantes do orçamento estão sendo gastos com o custeio da universidade", afirmou Fava. Ele disse que tentará mudar esse ponto do plano econômico.
A limitação de verbas está levando a uma contenção nas contratações de professores. "Temos, ao todo, cerca de 500 pedidos de contratação, equivalente a 10% de nosso corpo docente, o que inviabiliza atender a todos os pedidos", disse Fava. Desde o início de sua gestão, há três meses, foram autorizadas 18 contratações –17 delas para campi do interior.
A conversão dos salários dos professores e funcionários da USP em URV (Unidade Real de Valor) deverá provocar uma variação no poder aquisitivo inferior a 1%, segundo as projeções da reitoria. Segundo Fava, "os salários não são os melhores possíveis, mas temos garantido reposição plena da inflação todos os meses".
As universidades paulistas têm autonomia em suas políticas salarias, garantidas pelas constituições federal e estadual. USP, Unesp e Unicamp definem em conjunto suas políticas salariais. "Ainda não está completamente estabelecida como será a conversão", disse o coordenador da Administração Geral da USP, Helio Nogueira da Cruz. (FR)

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