São Paulo, sábado, 5 de março de 1994
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Economista Ignacio Rangel morre no Rio

DA SUCURSAL DO RIO

O economista Ignacio de Moura Rangel, 80, morreu na madrugada de ontem, de complicações cardíacas, no hospital Pró-Cardíaco do Rio. Considerado um dos importantes analistas econômicos do país, ele colaborou com os governos dos ex-presidentes Getúlio Vargas (1950/54) e Juscelino Kubitschek (1956-60). Foi colaborador da Folha de 1978 a 1987. O enterro foi às 17h, no cemitério São João Batista (Botafogo, zona sul).
Maranhense, Rangel nasceu em 20 de fevereiro de 1914. Ainda no Maranhão começou os estudos de direito, concluídos no Rio. Autodidata, estudou história e economia, tendo feito depois mestrado em economia no Chile. Seu livro mais importante foi "A Inflação Brasileira" (1963).
Com os economistas Maria da Conceição Tavares e Celso Furtado, Rangel pertencia à escola conhecida como estruturalista, que buscou explicações para o subdesenvolvimento do 3º Mundo.
No 2º governo Vargas , Rangel foi membro da assessoria da Presidência da República, passando depois para a Assessoria Econômica do governo, onde colaborou nos projetos de criação da Petrobrás e da Eletrobrás. Em 1956 entrou para o BNDE (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, hoje BNDES) e ajudou na elaboração do Plano de Metas de Kubitschek.
Rangel participou ativamente dos debates econômicos no tempo da ideologia nacional-desenvolvimentista, cujo principal núcleo acadêmico era Instituto Superior de Estudos Brasileiros, extinto em 1964 pelo regime militar.
"Rangel foi um dos maiores economistas que o Brasil já teve", diz Luiz Carlos Bresser Pereira, ex-ministro da Fazenda no governo Sarney. "Seu livro 'A Inflação Brasileira' é um marco do pensamento econômico brasileiro." Segundo Maria da Conceição Tavares, articulista da Folha, Rangel "foi o grande patrono dos chamados economistas de esquerda".

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