São Paulo, sábado, 5 de março de 1994
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Até africano pede Raí em campo

FERNANDA SCALZO
DE PARIS

Em todos os jogos da Copa da Europa, o treinador do Paris Saint-Germain (PSG), Arthur Jorge, descontenta alguém. Dos seus quatro jogadores estrangeiros, pelo regulamento, só três podem estar em campo. Os brasileiros Valdo e Ricardo Gomes, mais do que incorporados ao time, têm sempre garantidos os seus lugares. A escolha fica, então, entre Raí e o liberiano George Weah.
Anteontem, no jogo em que o PSG venceu por 1 a 0 o Real Madrid, foi Raí quem ficou de fora. Azar de Raí, porque o técnico Carlos Alberto Parreira estava na tribuna. Sorte de Weah, que marcou o gol da vitória do PSG. Weah, que foi um dos melhores artilheiros da Copa da França do ano passado, tem ficado de fora na maioria dos jogos desta temporada. "Todo mundo diz que eu não tenho jogado muito por causa do Raí, mas eu não acredito nisso. Para mim, eu jogo sempre junto com ele. Raí tem muitas chances para jogar e precisa continuar a trabalhar, principalmente na sua cabeça, porque ele é um excelente jogador. Ele não deve escutar as pessoas porque elas dizem muita bobagem", disse Weah, ontem à Folha, depois do treino do PSG.
Amanhã, o PSG enfrenta o Martigues. É bastante provável que neste jogo tanto Raí como Weah estejam em campo. O regulamento do campeonato da França não impede que isso aconteça. Mas o treinador Arthur Jorge não adiantou a escalação do time. "Para mim o mais importante é jogar o meu melhor futebol toda a vez que tenho a oportunidade de estar em campo. Não é porque eu fiz um gol que vou tomar o lugar de Raí. A gente nunca sabe, o treinador é quem escolhe. Se no próximo jogo for ele, eu desejo um excelente jogo, porque nós somos uma equipe, isso é o mais importante", disse Weah.

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