São Paulo, domingo, 6 de março de 1994
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Oficina cria empregos e forma costureiras

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

Ao fundar uma oficina de roupas, almofadas e tapetes, para gerar empregos e renda para a comunidade, moradores do conjunto Campinho, em Campo Grande (zona oeste), vêm colocando em prática, desde novembro de 93, a idéia inicial do sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, de que a campanha da Ação da Cidadania Contra a Miséria e Pela Vida não se restrinja a práticas assistencialistas.
"Quando a pessoa só recebe, ela se acomoda. Torna-se um vício", afirma a coordenadora dos trabalhos da oficina do Comitê Fonte, Andrelina Baldez, 43. O conjunto Campinho tem cerca de 8.000 moradores, com um perfil de renda média de um salário mínimo. Trabalham até agora 39 mulheres no comitê.
Com a maior parte da maquinaria trazida de casa pelas próprias trabalhadoras, a oficina tem também um caráter de formação profissional. Até dezembro, doações de bolsas com cestas básicas eram dadas às mulheres, em troca do trabalho.
A idéia vender o material produzido, com a renda servindo como um salário. A primeira experiência do gênero foi realizada em 18 de dezembro, numa feirinha no próprio conjunto. Com a ajuda de retalhos doados, foram produzidas e vendidas 83 peças de roupas.
Os CR$ 74 mil arrecadados foram empregados na compra de tecidos e outros materiais, para nova venda. A presidente da associação de moradores local, Maria Aparecida Carvalho Lima, 53, disse que o futuro do comitê dependerá do apoio de empresas e pessoas físicas –que podem doar tecidos ou retalhos– e de encomendas de produtos da oficina.
Ela afirmou que, se necessário, os produtos serão vendidos às margens da av. Brasil, que passa ao largo do conjunto.

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