São Paulo, domingo, 6 de março de 1994
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Drastosa investe na qualidade do produto

FILOMENA SAYÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Apoiada em know-how acumulado ao longo de 20 anos, a Drastosa decidiu fincar os pés no chamado lado primeiro-mundista do país. Depois de lançar há dois anos a CIE -Compagnie, etiqueta de moda casual com qualidade de exportação– a empresa criou a marca Dras –lingerie tipo "homewear" com qualidade e estilo similares à encontrada na Europa.
"A indústria nacional investiu mais na valorização da relação custo/benefício. Não se pode mais fabricar qualquer coisa. Nosso produto hoje é mais elaborado em sua essência", relata Ronald Radomysler, 36, diretor comercial.
Afinal, a indústria nacional compete hoje com produtos importados. Além disso, os tempos difíceis forçaram o consumidor brasileiro a exigir produtos com que durem mais. "Ninguém mais quer produtos efêmeros, tanto em qualidade quanto no que diz respeito à moda", acrescenta.
A Dras chega às lojas em abril. Serão 25 itens, entre calcinhas, sutiãs, blusas e shorts em algodão e algodão com lycra. O estilo é parecido com a lingerie francesa, detalha o diretor. No primeiro mês, será vendida em 500 pontos de venda no Estado de São Paulo. Depois de dois meses, atingirá 2.000 lojas em todo o país. A lingerie destina-se para mulheres acima de 16 anos das classes A e B.
Radomysler conta que a criação da Dras surgiu com a experiência adquirida com a CIE. Esta, por sua vez, foi lançada porque a Drastosa já estava enfronhada na confecção de roupas com qualidade norte-americana e européia. A indústria exporta há quase 20 anos –uma prova concreta que empresários brasileiros podem produzir à altura de seus colegas do outro lado do hemisfério.
Para se ter uma idéia, entre os clientes da Drastosa figuram as marcas dos EUA The Gap, Banana Republic, J. Crew, Ann Taylor e Liz Claiborne. Regularmente técnicos representantes dessas empresas inspecionam a linha de produção da Drastosa –"o controle de qualidade é fortíssimo", afirma Radomysler. A exportação da Drastosa corresponde hoje a 30% de seu faturamento. Já chegou a ser metade das vendas.
A Drastosa tem 1.500 funcionários. Começou há 35 anos quando o pai de Ronald, Siegfried Radomysler, fundou uma pequena fábrica de meias femininas sem costura. Atualmente a empresa, administrada pela família, tem o restante de seu faturamento vindo das vendas de meias femininas e esportivas da marca Adidas (40%), de roupas feitas para terceiros (20%) e da grife CIE (10%). A Drastosa não revela seu faturamento –é empresa de capital fechado.

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