São Paulo, domingo, 6 de março de 1994
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Para BC, é impossível trocar notas em 1 dia

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA E DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do BC (Banco Central), Pedro Malan, afirmou ser impossível trocar todas as notas de cruzeiros reais pelo novo real em um único dia. Segundo ele, o volume de notas e o número de agências bancárias é muito grande o que torna inviável a proposta.
O governo tenta evitar carimbar as cédulas antigas para não causar maiores confusões. Isso provoca uma maior dificuldade para o governo porque todo o dinheiro terá que ser substituído por notas diferentes.
"A troca será feita em um período relativamente curto. O mais curto espaço de tempo possível", afirmou Malan. O Banco Central trabalha com um prazo mínimo de dez dias para substitiuir todas as notas.
O presidente do BC afirmou que há data para a troca da moeda. "Qualquer afirmação quanto a data é especulação", afirmou Malan, descartando substituir o cruzeiro real pelo real no dia 10 de abril, quando se estima que a URV valerá CR$ 1.000, para facilitar as contas, cortando os zeros.
Serão impressas cédulas de R$ 1,00, R$ 5,00, R$ 10,00, R$ 50,00 e R$ 100,00.
O presidente da Comissão Diretora do Programa Nacional de Desestatização, André Franco Montoro Filho, disse que o governo quer que a troca dos cruzeiros reais pela nova moeda, o real, seja um processo rápido. "Quem ficar com dinheiro antigo no bolso não sofrerá perdas, porque o dinheiro poderá ser trocado nos bancos pela cotação do dia em que o real entrar em vigor", afirmou.
O presidente do Sindicato dos Bancos do Rio de Janeiro e Espírito Santo, Theóphilo de Azeredo Santos, disse que a troca de todo o dinheiro em circulação pela nova moeda em um único dia é uma operação muito difícil. "É um problema de lojística."
Na avaliação do banqueiro, essa troca seria possível se o Banco Central começasse a estocar as novas moedas nos cofres dos bancos e em um dia determinado, que "nem o Banco do Brasil poderia saber" ordenaria a substituição.

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