São Paulo, sexta-feira, 11 de março de 1994
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Empresária é acusada de morte de meninas

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia prendeu anteontem a empresária Palma Gorga, 54, acusada de ser a mandante do assassinato das irmãs Érica, 9, e Mara Eloísa Santos Quirino, 5. O motivo do crime seria uma disputa de terras na praia de Juquehy, em São Sebastião (SP). A empresária teria contratado os quatro assassinos das meninas. O alvo do grupo seria o pai das meninas, o posseiro José Carlos Quirino, 42.
Palma é proprietária da pousada Mariáh e havia comprado, por US$ 650 mil, um terreno de 6.800 metros quadrados da praia até a serra. Instalada a cerca no terreno, a família Quirino teria sido procurada pela empresária que tentou pagar para que os posseiros saíssem da terra. José Carlos disse que não iria abandonar o terreno.
"Ela procurou dois homens e uma mulher para que eles dessem 'uma lição' em José Carlos", disse o delegado Wagner Giudice, 29, da Divisão de Homicídios. No dia 30 de janeiro de 1990, Antônio Marcos dos Santos, 20, uma mulher conhecida como "Lilian" e um homem conhecido como "Magrão" chegaram em um Gol e abordaram o então adolescente André Cardoso Moreira, 18, que relatou o crime à polícia.
Segundo o delegado, eles convidaram Moreira para "uma parada". Ao se aproximarem da casa do posseiro, estacionaram o Gol. José Carlos não estava e eles ficaram esperando por ele até que as meninas chegaram. Elas haviam tomado banho de cachoeira, vestiam biquínis e carregavam as roupas. O grupo as obrigou a entrar no Gol.
Eles se dirigiram com as meninas para a praia da Juréia. Desceram as crianças do carro e o esconderam. Mandaram que tentassem fugir, enquanto as chutavam e xingavam. Em seguida, eles as levaram até as obras de um condomínio. Lá, Santos teria estuprado Érica e Magrão violentado Mara Eloísa. Os dois teriam estrangulado as meninas.
"Ele (Moreira) disse que só ajudou a esconder os corpos", disse o delegado. A polícia descobriu o crime após uma denúncia anônima. Moreira era adolescente na época do crime e não foi preso. Ele disse que a empresária foi a mandante e que recebeu 200 mil cruzados novos. Santos foi morto seis meses depois do crime. Magrão e Lílian estão foragidos.(Marcelo Godoy)

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