São Paulo, sexta-feira, 11 de março de 1994
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Chefe de polícia diz que não teria impedido o massacre de Hebron

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O chefe da polícia israelense em Hebron disse que não poderia ter impedido Baruch Goldstein de matar dezenas de palestinos mesmo se estivesse presente no momento da chacina, no último dia 25 de fevereiro. Em depoimento à comissão de inquérito que investiga o massacre, Meir Tayar disse: }Mesmo se estivesse lá (na mesquita), eu não poderia ter feito nada –estas eram ordens especiais.
O major-general Shaul Moufaz, comandante militar da Cisjordânia, confirmou a ordem, mas disse que ela se referia apenas a situações nas quais os colonos estivessem sendo atacados. }Os judeus não são o inimigo, justificou Moufaz. Segundo Moufaz, se os soldados estivessem na mesquita no momento do massacre, teriam atirado em Goldstein.
O massacre de dezenas de fiéis muçulmanos –29 segundo Israel e 43 segundo os palestinos– cometido por Baruch Goldstein numa mesquita de Hebron paralisou as negociações de paz entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina. Ontem, Farouk Kaddoumi, dirigente do departamento político da OLP, se disse favorável a realização de uma nova conferência multilateral de paz, conforme proposta da Rússia.
Já o governo de Israel rejeitou a proposta. }Não temos nenhuma intenção de realizar uma nova conferência, disse o premiê Rabin. Os EUA decidiram vetar qualquer resolução da ONU sobre o massacre de Hebron até que a OLP retorne às negociações, informou funcionário palestino.
A tensão continou alta ontem nos territórios ocupados. Em Gaza, soldados israelenses mataram um palestino e em Hebron pelo menos 15 foram feridos.

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