São Paulo, sábado, 12 de março de 1994
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Prefeitura descarta solução em curto prazo

DA REPORTAGEM LOCAL

A gestão Paulo Maluf no governo da cidade de São Paulo acha que o problema das enchentes "é de longo prazo, mas solúvel". É o que disse Paulo Eduardo Simão Taliba, superintendente de obras viárias da Secretaria de Vias Públicas. "Resultado imediato é impossível", diz.
O governo não sabe qual seria o investimento necessário para acabar com as inundações nem quanto tempo significa "longo prazo".
Taliba diz que a gestão Maluf está fazendo sua parte para resolver o problema. Ele cita a canalização do córrego Ipiranga, córrego do Morro do S, Zavuvus (os três na zona sul) e do córrego Tremembé (zona norte). Além dessas obras, lembra da construção do "piscinão" da praça Charles Miller, que servirá para conter os alagamentos da avenida Pacaembu (zona oeste).
Estas obras, citadas como as mais importantes do programa contra enchentes de Maluf, vão consumir cerca de US$ 50 milhões. Em comparação com a verba destinada a projetos viários, o programa antienchentes custa muito pouco.
Quando for inaugurado, o túnel do rio Pinheiros terá consumido US$ 160 milhões de dólares. Até ser aberto para o tráfego, o túnel Ibirapuera vai consumir US$ 150 milhões. "Alguém tem que investir em obras viárias para fazer a cidade andar", justifica Taliba.
A equipe de Maluf não é a primeira a deixar de lado o problema de enchentes. A prefeita Luiza Erundina priorizou o transporte público. Jânio Quadros também gastou em obras viárias e Mario Covas marcou sua gestão pela construção de corredores de ônibus exclusivos, como o da avenida Nove de Julho.
Ontem a cidade conferiu os estragos causados pela chuva de quinta feira, a maior chuva de março desde 1930. Reynaldo de Barros, secretário de Vias Públicas, participou de uma cerimônia pela manhã e depois não pôde mais ser encontrado em seu gabinete.
Ricardo Izar, secretário das Administrações Regionais, foi procurado por telefone na secretaria. Seus assessores disseram não saber onde ele estava.
O prefeito Paulo Maluf fez uma inauguração pela manhã e depois viajou para Sorocaba (87 km a oeste de São Paulo), onde faria contatos políticos e participaria de uma formatura.

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