São Paulo, segunda-feira, 14 de março de 1994 |
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Demme se diverte com os mafiosos O diretor brinca com a violência MARCELO REZENDE
Se a história , em um primeiro primeiro momento, parece resvalar no banal, o resultado é uma comédia que procura mais o refinado divertimento do que a gargalhada fácil. O prazer surge, enfim, da situações –sempre equivocadas – em que os personagens mergulham. Como se a cada momento o mafioso, suas mulheres (uma categoria especial no filme) e o policial tivessem plena consciência de seu rídiculo. Um refinamento que é o produto direto da visão que o diretor Jonathan Demme tem do país em que vive, a América. No cinema de Demme existe sempre um forte desejo de enfrentamento. A violência a que seus personagens se submetem é menos física do que emocional. Se existem tiros e perseguições ( como em "Totalmente Selvagem" e nesse "De Caso com a Máfia") apenas servem para ilustrar uma situacão mais íntima e particular. Uma paixão situada entre a contravenção e a lei, como no filme de hoje, ou –mais gravemente- na situação de um homem que morre por uma doença injusta, como em "Filadélfia", seu último filme. O que seus personagens ensinam é que a maior alegria é continuar vivo. (Marcelo Rezende) Texto Anterior: Marília Pera dirige montagem de 'Ciúme' Próximo Texto: O silêncio é amigo de toda criação Índice |
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