São Paulo, segunda-feira, 14 de março de 1994 |
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Semelhança preocupante Neste momento em que se intensificam as articulações para o pleito de outubro, certas similitudes com 1989 chamam a atenção. A primeira e mais evidente delas é a repetição dos nomes Lula, Maluf e Brizola. Nomes como Fernando Henrique e Quércia não constavam da eleição passada, mas nem por isso deixam de aproximar o cenário atual daquele que elegeu o ex-presidente Fernando Collor de Mello. Com o início das convenções partidárias em maio e a seis meses das eleições, várias mudanças ainda podem ocorrer. Todavia, o cenário que hoje se desenha repete um aspecto importante das últimas eleições: a concentração de candidatos originários do Estado de São Paulo. Assim como em 1989 concorriam Lula, Maluf, Covas e Ulysses Guimarães, hoje aparecem Lula, Maluf, Fernando Henrique e Quércia. A existência de vários candidatos de São Paulo tende a neutralizar o peso político do Estado de maior eleitorado do país. Algo que em 1989 pode ter facilitado a ascensão e vitória do aventureiro político Collor de Mello, com as consequências que todos conhecem. Por outro lado, uma neutralização dos votos do eleitorado paulista aumenta as chances daqueles que tenham maior projeção nacional. Neste contexto, a distribuição quase homogênea que a última pesquisa Datafolha constata para as intenções de voto em Lula dá ao virtual candidato uma vantagem logística na corrida presidencial. Outro eventual candidato que pode se beneficiar de uma projeção nacional é Fernando Henrique. Isto porque o sucesso do plano econômico traria uma popularidade igualmente distribuída pelo país, já que a inflação não distingue regiões. Texto Anterior: Crime e castigo Próximo Texto: Vale tudo Índice |
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