São Paulo, terça-feira, 15 de março de 1994
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Atirando a primeira pedra

No começo de 89, o PT tinha um problema para resolver: escolher o vice de Lula na chapa para disputar a Presidência da República. Após várias sugestões descartadas, começou a se firmar o nome do jornalista e militante do movimento verde Fernando Gabeira.
Bem recebida por boa parte do partido, a opção acabou torpedeada pela ala da igreja com influência no PT. Esse setor ainda estava chocado com a revolução de costumes que o jornalista tentara promover no país uma década antes, ao regressar do exílio. A tanga lilás com que surpreendera o verão carioca da abertura foi guindada a "símbolo da decadência moral".
Para decidir a questão, foi convocada uma reunião do Diretório Nacional. A discussão foi explosiva. Os segmentos pró-Gabeira gritavam contra o que chamavam de discriminação, preconceito e obscurantismo. E foi neste momento que o então vereador Eduardo Suplicy pediu a palavra:
– Creio que podemos apoiar o Gabeira. Quem de nós não pecou antes dos 40?
Apesar do bom humor da intervenção, Gabeira acabou vetado e o vice foi o senador Bisol, do PSB.

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