São Paulo, terça-feira, 15 de março de 1994
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Um cavalheiro bem distinto

ZECA CAMARGO

Um dos modelos de Cornel West é um dos precursores do pesnamento negro americano, W.E.B. Du Bois. É em sua homenagem que West anda vestido como um "gentleman" pelas universidades que frequenta (até pouco tempo, ele era diretor dos estudos afro-americanos em Princeton).
Cornel cita Du Bois constantemente ao expressar seus pensamentos, bem como outros nomes que vão da escritora Prêmio Nobel Toni Morrison a Malcolm X. E dessa mistura de influências saem idéias nas mais variadas áreas da manifestação negra, do rap ao protesto de Los Angeles no caso Rodney King.
Cornel acha que esse não foi só um incidente entre brancos e negros, mas "o maior indicador da impotência atual do cidadão americano". E quanto ao processo de coerção sexual contra o juiz Clarence Thomas, ele chama de covardes os pensadores negros que viram nele um mártir da discriminação racial –sem registrar o fato de que Thomas não era alguém com conduta exatamente exemplar...
Para Cornel, o grande problema dos negros americanos hoje é um niilismo aparentemente sem retorno. Dá para sair disso? O próprio Cornel ainda está fazendo essa pergunta.

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