São Paulo, sexta-feira, 18 de março de 1994
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Para taxistas, prefeito deve ficar em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

Ao contrário das campanhas anteriores, quando a conveniência de uma candidatura Maluf era quase unânime entre os taxistas, desta vez a categoria faz restrições à entrada do prefeito na disputa presidencial. "Acho que ele deveria deixar São Paulo brilhando no fim do mandato e só depois ser presidente", afirma Natalício Bezerra Silva, presidente do Sindicato dos Taxistas de São Paulo.
Os 35 mil taxistas paulistanos formam talvez seja a categoria mais fiel a Maluf. A adesão vem de benefícios e isenções dados por Maluf quando governador do Estado e prefeito. Natalício é claro ao falar que, qualquer que seja a decisão do prefeito, a categoria vai segui-lo. "Se ele sair candidato, vamos apoiá-lo", diz.
Mas o líder dos taxistas desaconselha a disputa da sucessão de Itamar Franco. "O quadro político é muito complicado e se saírem quatro candidatos de São Paulo é capaz de Maluf perder a eleição", teme Natalício. Entre os caminhos que sugere ao prefeito, cita a possibilidade de apoiar a candidatura do ministro Fernando Henrique Cardoso, "um homem de bem", na definição do sindicalista.
Natalício não esconde que o temor de uma derrota eleitoral de Maluf está relacionado também com a administração paulistana. "Com apenas um ano na Prefeitura, é lógico que Maluf sofre desgaste. Ele não teve tempo para deixar São Paulo como deseja"'.
Apesar de todas as ponderações, Natalício acredita que Maluf não resistirá à tentação de tentar agora a Presidência. "Conheço o homem. Ele é peitudo e vai acabar disputando a eleição", arrisca. O proselitismo malufista continuará, diz o sindicalista. "Vamos fazer a campanha com ânimo, mas acho que não é a eleição ideal para Maluf", declara.
Maluf costuma dizer que os taxistas de São Paulo são os seus "formadores de opinião'. (Carlos Eduardo Alves)

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