São Paulo, sexta-feira, 18 de março de 1994
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Centrais marcam dia de greves e manifestação

DA REPORTAGEM LOCAL

Centrais marcam dia de greves e manifestação
As três maiores centrais sindicais (Central Única dos Trabalhadores, Confederação Geral dos Trabalhadores e Força Sindical) marcaram para o dia 23 um dia nacional de greves e manifestações pelo mínimo de US$ 100, contra os aumentos "abusivos de preços" e para pressionar o Congresso e o governo a alterar a medida provisória que cria a URV no que diz respeito a salários. A idéia da greve geral foi afastada para "preservar a unidade e respeitar a dinâmica de cada categoria", disse Gilmar Carneiro, diretor da CUT.
Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, filiado à Força Sindical, considera difícil que, por exemplo, sua base pare agora. "Mas alguma coisa nós vamos fazer", afirmou, destando que o dia 23 "é só o início de uma séria de protestos contra as perdas salariais na conversão em URV".
Os petroleiros de todo o Brasil já confirmaram que vão parar, segundo Antônio Carlos Spis, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros, com base de 60 mil trabalhadores. Em plenária da CUT Estadual São Paulo realizada ontem pela manhã no Sindicato dos Químicos, com 42 entidades e 120 sindicalistas, outras categorias já demonstraram disposição para a greve, como os metalúrgicos do ABC, sapateiros de Franca, servidores públicos e metroviários. Na próxima terça-feira, será haverá uma decisão definitiva.
Para Canindé Pegado, presidente da Confederação Geral dos Trabalhadores, o dia de greves e manifestações será também um protesto contra o Congresso, que elevou os salários dos deputados e não discutiu o dos trabalhadores.
"O governo pensa que venceu a guerra ao tirar o time e a bola de campo na hora de votar salários. Mas venceu só uma batalha", disse Delúbio Soares de Castro, diretor-executivo da CUT. Para as centrais, o governo e o Congresso só "fingem" que negociam.
No dia 23, segundo aprovado ontem pelas centrais, haverá greves, passeatas, atos públicos e todo tipo de manifestação possível. "'Vamos além da imaginação", disse Gilmar.

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