São Paulo, sexta-feira, 18 de março de 1994
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Previsão fica 7 dias na gaveta

BRUNO BLECHER
EDITOR DO AGROFOLHA

Apesar de favorável ao plano FHC, a previsão de safra anunciada ontem pelo governo ficou sete dias na gaveta do ministro da Agricultura, Synval Guazzelli.
Os técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) entregaram o levantamento ao ministro no último dia 10. Mas como a previsão indicava safra recorde (73,6 milhões de t), conforme antecipou a Folha no dia 9, Guazelli decidiu esperar a volta do presidente Itamar Franco, que estava no Chile, para anunciá-la.
O presidente retornou a Brasília no domingo passado. Mas só na tarde de ontem o ministro da Agricultura conseguiu espaço na agenda do Palácio. Uma forte gripe (do presidente) impediu o país de conhecer antes (oficialmente) os números da safra recorde.
Embora recorde, a safra anunciada ontem não pode ser considerada supersafra. No máximo é uma supersafrinha. Desde 89 as colheitas não conseguem ultrapassar a marca de 70 milhões de t, enquanto a população vem crescendo.
Caso o plano FHC consiga –como promete o governo– melhorar o poder aquisitivo da população, a safra recorde não vai dar para o gasto. A saída, novamente, será as importações.

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