São Paulo, sexta-feira, 18 de março de 1994
Próximo Texto | Índice

Corinthians vence jogos no 2º tempo

WILSON BALDINI JR.
DA REPORTAGEM LOCAL

Corinthians vence jogos no 2.º tempo
Técnico diz que muda o time depois de analisar os erros do adversário durante o 1.º tempo
O time do Corinthians sagrou-se simbolicamente "campeão do 1º turno" do Paulistão-94, apresentando como principal característica a conquista da maioria de sua vitórias no 2º tempo. Nas dez partidas em que dirigiu a equipe, o técnico Carlos Alberto Silva arquitetou alterações, durante o intervalo, que o ajudaram a conquistar sete vitórias e três empates. "As alterações do técnico só são corretas quando o time vence", disse o treinador. "Hoje estão me elogiando porque o time venceu. Amanhã tudo poderá mudar com uma derrota".
O goleiro Ronaldo aponta uma característica do treinador, que, segundo ele, é a responsável pelo sucesso nas modificações. "Ele sabe o momento certo das alterações. Nada é feito de modo aleatório", afirmou. Um exemplo disso pode ser a alteração do lateral Leandro Silva pelo atacante Marques, na partida frente o União São João.
Momentos antes, o lateral-esquerdo Carlos Roberto do União foi expulso. Como a equipe do interior não possuía um ponta-esquerda, Carlos Alberto retirou o seu lateral-direito e colocou Marques para jogar na ponta. Em pouco minutos. o atacante fez o gol da vitória. "Você precisa analisar o adversário e jogar conforme os defeitos são apresentados", disse o treinador.
Nos últimos seis meses o Corinthians só perdeu duas partidas. Uma com o técnico Afrânio Riul –que ficou pouco tempo no comando– e outra com Mário Sérgio, no Campeonato Brasileiro do ano passado. Em levantamento feito pelo Datafolha, verifica-se que o trabalho de Carlos Alberto Silva supera Mário Sérgio em alguns fundamentos. Com Mário Sérgio, o Corinthians fazia –em média– 276 passes certos por partida. Com Silva, este número chega aos 349. Um aumento de 26,4%.
"Isso se deve porque o Corinthians de hoje tem jogadores mais técnicos. Na época do Mário, o time tinha mais força na marcação", afirmou Ronaldo. Os números mostram que o goleiro tem razão. Com o ex-técnico, o time cometia uma média de 29 faltas por jogo. Hoje esta média caiu para 24. A equipe faz 17,2% menos faltas.
Isto também pode ser notado verificando-se o estilo dos jogadores que foram dispensados ao final do ano e dos que foram contratados. Taíka, Baré, Leto e Norton saíram, enquanto Moacir, Casagrande e Marcelinho chegaram. "Hoje o time toca mais a bola e ataca mais. Com o Mário Sérgio, jogávamos no contra-ataque", disse o meio-campo Tupãzinho.
As campanhas dos técnicos são semelhantes com relação a resultados. No Brasileirão do ano passado, a equipe disputou 20 partidas, venceu 12 e perdeu apenas uma. Foram 39 gols marcados e 19 sofridos. Com Carlos Alberto foram 10 jogos e sete vitórias. A equipe marcou 29 gols e sofreu 15.
Para o clássico de domingo contra a Portuguesa, o técnico Carlos Alberto Silva não poderá contar com o meia Marcelinho, expulso contra o União São João. Zé Elias, que cumpriu suspensão, deve voltar à equipe.
O centroavante Viola está com o ombro direito enfaixado. O jogador voltou a sentir a contusão que sofreu na excursão ao Japão, no início do mês. O atacante Casagrande treina normalmente com o restante do grupo, mas ele só deve estrear no campeonato na segunda rodada do returno.

Próximo Texto: Técnico quer implantar duas táticas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.