São Paulo, domingo, 20 de março de 1994
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PSDB e PFL fazem programas coincidentes

FERNANDO GODINHO
SÔNIA MOSSRI

FERNANDO GODINHO; SÔNIA MOSSRI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PSDB e o PFL preparam programas de governo com vários pontos em comum, o que facilitará uma provável aliança entre os dois partidos para as eleições presidenciais.
Aceleração da privatização, maior abertura ao capital estrangeiro, quebra da monopólio da Petrobrás e transferência de atividades da União para Estados e municípios constam do programa dos dois partidos, ainda em elaboração.
O programa do PFL está mais adiantado e conta com a colaboração dos economistas Daniel Dantas e Paulo Guedes. Fim dos monopólios da Petrobrás e da Telebrás, eliminação das restrições constitucionais ao capital estrangeiro e alongamento voluntário da dívida mobiliária federal já foram incorporados ao programa, que será divulgado no início de abril.
Plano
O programa do PSDB se concentra no plano de estabilização do ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso. Segundo os deputados Sérgio Machado (PSDB-CE) e José Aníbal (PSDB-SP), o programa de um futuro governo tucano está quase na totalidade nas propostas do plano FHC, como a reforma tributária, reformulação do sistema previdenciário, redefinição dos encargos da União e um modelo de privatização que aumente a arrecadação do Tesouro Nacional.
"Nosso programa de governo vai dar espaço para coligações com outros partidos", afirma o secretário-geral do PFL, deputado Eraldo Tinoco (BA). Sérgio Machado avisa que as alianças dos tucanos terão necessariamente que ser discutidas em torno de programas de governo.
A própria equipe de FHC já torce para que o ministro deixe o cargo para concorrer ao Planalto, mediante a composição de coligações com o PTB, PFL e a parte do PMDB descontente com a eventual candidatura do ex-governador paulista Orestes Quércia.
A exemplo do PSDB, os principais colaboradores de FHC avaliam que o ministro perderia o poder de administrar o plano de estabilização caso permaneça na Fazenda.
A equipe argumenta que uma coligação partidária em torno de FHC facilitaria a aprovação no Congresso de reformas consideradas essenciais para o sucesso do plano econômico, como a reformulação da Prevividência e do sistema tributário.
Ministério da Defesa
Tanto o PSDB quanto o PFL também não mostraram ainda preocupação com a área militar. Até agora, os dois partidos repetem simplesmente a idéia de criação do Ministério da Defesa.

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