São Paulo, domingo, 20 de março de 1994
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Pedetistas prevêem 'impasse'

DA SUCURSAL DO RIO

O esboço do programa de governo do candidato do PDT à Presidência, Leonel Brizola, afirma que haverá impasses entre o "presidente da República com compromisso transformador e a maioria conservadora eventualmente entrincheirada no Congresso e nas outras instituições de elite".
Segundo o documento dos pedetistas, esses impasses seriam características de um "governo forte". A Constituição precisaria ser alterada em diversos pontos para que o partido pudesse implantar seu programa de governo.
Para contornar problemas num eventual governo pedetista, o documento afirma que ele deve estar "assentado sobre mecanismos institucionais que privilegiam a legislação programática de reformas de base sobre a legislação ordinária e episódica".
Judiciário
O partido acha que o Poder Judiciário deve inserir-se no projeto de transformação da sociedade, "privilegiando o processamento rápido dos conflitos eventuais associados às reformas de base, redimensionando métodos e objetivos desta, e fazendo prevalecer os interesses da sociedade ou do Estado sobre interesses corporativos".
Na questão eleitoral, o partido quer o financiamento público das campanhas eleitorais, o que combateria a influência econômica. Segundo o partido de Brizola, isso quebraria o "condomínio oligárquico do poder".
O documento elaborado pelos pedetistas defende o princípio "cada cidadão um voto", com o redimensionamento das bancadas por Estado na Câmara dos Deputados de acordo com o número de habitantes de cada um.
Na diplomacia mundial, o Brasil investiria numa possível liderança entre as "nações excluídas do sistema de poder da nova ordem internacional". O esboço de programa do PDT recusa também eventuais pressões pela internacionalização da Amazônia.

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