São Paulo, domingo, 20 de março de 1994
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Simonsen, Conceição e o ouro

Na semana passada, Fernando Henrique explicava mais uma vez o seu plano. Desta vez, para a comissão de assuntos econômicos do Senado, que convidara Mário Henrique Simonsen e Maria da Conceição Tavares.
Feita a exposição, o ministro deixou para sua equipe a tarefa de enfrentar uma das maiores críticas do plano. Mas Maria da Conceição preferiu voltar suas baterias contra o outro astro da tarde, seu reverso em estilo e opinião. Simonsen, no entanto, que entre um bocejo e outro defendia o plano, não se animava para o debate.
A certa altura, Maria da Conceição, polemista profissional, cutucou Simonsen, que acabara de publicar artigo defendendo o "padrão-ouro" para o real –uma imagem para austeridade monetária, onde ouro queria dizer dólar.
– Simonsen, você acha mesmo que ancorar no dólar resolve?
Simonsen respirou fundo, como se fosse repetir pela enésima vez o longo argumento que o levou a concluir que sim, e soltou um surpreendente monossílabo:
– Não.
Maria da Conceição desistiu da polêmica.

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