São Paulo, domingo, 20 de março de 1994
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Cozinheiro prefere a URV

FLÁVIA DE LEON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Hélio Antonio Alves, 37, cozinheiro do presidente Itamar Franco, estudante de Administração de Empresas, diz estar "começando a entender" a URV. Cozinheiro dos vice-presidentes desde o final do governo Figueiredo, Hélio prefere a URV ao Plano Cruzado, embora não saiba dizer o por quê. Para ele, os empresários são os culpados pelo fracasso dos planos.
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Folha - Você entendeu a URV?
Hélio Alves - Tô começando a entender. É uma dolarização que vai ser legal, vai nos ajudar se o pessoal cooperar. Mas parece que os deputados já começaram (a não cooperar), aumentaram os salários deles. Acho que não passa no Senado.
Folha - E o seu salário, como é que vai ficar?
Hélio - O salário não sei. Mas acho que não vai dar nem para pagar a faculdade. Faço Administração na faculdade de Valparaíso (cidade do entorno de Brasília), que sobe todo dia. A gente entrou na Justiça mas não ganha nunca.
Folha - Você tentou falar com o ministro da Educação?
Hélio - A gente já tentou, mas ele está sempre muito ocupado.
Folha - Você trabalhou com o ex-presidente Sarney. Qual o melhor, Cruzado ou URV?
Hélio - Pela expectativa, a URV é melhor. Empresários e banqueiros não cooperaram no Cruzado.
Folha - E agora, estão cooperando?
Hélio - Estão tentando não cooperar, mas têm que cooperar. O plano é bom. O professor na faculdade já deus umas duas aulas sobre URV e, pelo que a gente viu, não está dando certo por causa dos empresários.

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