São Paulo, domingo, 20 de março de 1994
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Casos de 'traição' são comuns no mercado

DENISE CHRISPIM MARIN

Da Reportagem LocalO mais célebre dos casos de transferência para os quadros do concorrente ainda está nos tribunais alemães. Em março de 93, o executivo José Ignácio Lopez de Arriortúa deixou a subsidiária da General Motors na Alemanha, Opel, a convite da Volkswagen. Quatro meses depois, foi acusado de ter levado consigo os projetos secretos de dois modelos da Opel –e de entregá-los à cúpula da VW.
"O rompimento das regras de conduta ética é frequente nas empresas", afirma Maria Cecília Coutinho Arruda, da FGV. Há dez anos, uma multinacional do setor de produtos de higiene demitiu seu gerente nacional de vendas depois de constatar que ele passava informações sigilosas aos clientes –e estas chegavam à concorrência. Por conta disso, a empresa alterou, em apenas um mês, sua estratégica para a área de vendas.
Nos EUA, um caso comentado nos últimos dois anos foi o de um executivo da área de desenvolvimento de produtos da Borland (fabricante de planilhas eletrônicas), que pediu demissão. Contratado pela Symantec (especialista em programas utilitários), ele acabou processado por ter carregado projetos confidenciais da Borland.
Muitas vezes, abrir uma informação sigilosa para milhares de pessoas é um risco calculado. Às vésperas de lançar seu sistema operacional Windows 3.0, a Microsoft descobriu que centenas de usuários assinantes de um BBS – rede de troca de dados que pode ser consultada por meio de computador e telefone– podiam ter o programa em suas telas e copiá-lo.
A culpa pelo fato pesava sobre a a própria diretoria da empresa. Durante a fase de ajustes finais de seus novos produtos, a empresa remete cópias a 10 mil usuários "confiáveis" e cadastrados em todo o mundo para obter avaliações. Um deles descumpriu o acordo e "pirateou" o Windows 3.0. (DCM)

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