São Paulo, domingo, 20 de março de 1994
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Diálogo Israel-OLP recomeça hoje

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Um delegação de Israel chega hoje à sede da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), em Túnis, capital da Tunísia, para reinciar o diálogo com os palestinos. O chanceler israelense, Shimon Peres, e o líder da OLP, Iasser Arafat, podem se reunir quinta-feira em Paris. Mas o porta-voz da OLP, Iasser Abed-Rabbo, disse que a resolução da ONU que condenou o massacre de Hebron é apenas "um pedaço de papel".
Segundo Abed-Rabbo, os EUA e a Rússia devem agir "urgentemente" e implementar a presença internacional nos territórios ocupados, para garantir a segurança dos palestinos. "Pelo menos a resolução da ONU desfez o nó. As coisas começaram a se mover", disse Nabil Chaath, líder da delegação negociadora da OLP.
Peres confirmou o envio da equipe a Túnis e disse que o acordo de paz pode começar a ser implementado em seis semanas. Segundo a rádio do Exército, a delegação vai incluir o diretor-geral do Ministério do Exterior, Uri Savir; o vice-chefe do gabinete, Amnon Shahak; e o assessor político do premiê Yitzhak Rabin, Jacques Neriah.
"Nós vamos começar conversas mais práticas com os palestinos no começo da semana", afirmou Uvir. As conversações sobre o acordo de paz assinado no ano passado –autonomia palestina em Gaza e Jericó (Cisjordânia), incialmente– estavam suspensas desde 25 de fevereiro, quando o colono judeu Baruch Goldstein, aparentemente sozinho, massacrou cerca de 30 colonos em Hebron (Cisjordânia). O governo israelense estaria disposto a aceitar a "presença internacional" em Hebron, segundo a rádio israelense.
Ontem, a Síria voltou a exigir concessões territoriais de Israel para fechar qualquer acordo de paz com Israel. O diálogo com os países árabes devem recomeçar em abril, conforme anunciado após a reunião do CS. O governo sírio anunciou uma reunião com seus vizinhos Líbano e Jordânia.
"A Síria acredita que o horrível massacre de palestinos desarmados confirma a necessidade de pôr fim à ocupação israelense em terras árabes", disse um porta-voz. A Síria exige a retirada total das colinas de Golã, fronteira entre os dois países ocupada por Israel há quase 27 anos. Israel quer primeiro estabelecer relações formais e depois iniciar a retirada.
Dirigentes da OLP criticaram a posição síria de retomar conversações sem uma coordenação com os palestinos. "É muito perigoso, porque eles estão esquecendo o problema palestino", disse um funcionário da organização.
O grupo radical Hamas atacou a resolução da ONU. "Ela não serve aos interesses dos palestinos e não tem valor prático", disse o militante Mahmoud Al-Zahar.
Ontem, houve novos confrontos entre palestinos e soldados isralenses. Quinze palestinos foram feridos a bala –dez na Cisjordânia e cinco na faixa de Gaza.
Líbano
O Exército libanês tomou ontem dois escritórios das Forças Libanesas, ex-milícia cristã de direita e agora um partido político. O grupo é acusado pelo atentado contra uma igreja cristã maronita que matou 11 pessoas, há três semanas. Seis pessoas foram presas.

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