São Paulo, segunda-feira, 21 de março de 1994
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Lucena critica aumentos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro do Exército, Zenildo de Lucena, disse ontem à Folha que a decisão do Judiciário e do Legislativo de convertem seus salários em URV (Unidade Real de Valor) pelo dia de pagamento "pode até ser legal, mas não é moral e nem ética". Segundo ele, estes dois aspectos devem ser levados em conta pelos juízes.
Segundo Zenildo de Lucena, os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) devem ter consciência de que precisam ceder. Segundo ele, os ministros militares não apresentaram nenhuma reivindicação ao presidente da República, Itamar Franco, na reunião realizada na última sexta-feira.
"Estamos preocupados com o plano em si", disse Lucena. O ministro do Exército voltou a afirmar que, mesmo com a crise e com a insatisfação nos quartéis, não há risco de golpe no Brasil.
O ministro-chefe da SAE (Secretária de Assuntos Estratégicos), almirante Mário César Flores, afirmou que "as Forças Armadas estão dispostas a fazer cumprir as determinações do presidente da República, Itamar Franco". O ministro também descartou a possibilidade de golpe de estado no país. Segundo ele, a crise entre os poderes Executivo e Legislativo e Judiciário traz riscos de destabilização para o Brasil.
Flores disse que a insatisfação nos quartéis é grande porque as decisões do Legislativo e do Judiciário aumentaram as diferenças salariais entre os servidores dos três poderes. "Não há solução que não passe pela contenção (dos salários) dos que ganham mais", afirmou. Para ele, a questão da isonomia salarial entre os servidores dos três poderes é antiga e vem sendo discutida desde o governo do ex-presidente José Sarney.

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