São Paulo, segunda-feira, 21 de março de 1994 |
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O lugar de Viola é na seleção de Parreira
ALBERTO HELENA JR.
No segundo, o Corinthians voltou com Zé Elias no lugar de Moacir, cicatrizou sua ferida e passou a atacar com extremo perigo, sobretudo através de Marques e Viola. Resultado: 1 a 0, gol de Viola, claro. Perdeu ainda um pênalti e fez o nome do goleiro Paulo Sérgio, que evitou uma tragédia lusa. Moral da história: Zé Elias tem que jogar nesse time; e o lugar de Viola é na seleção. * Vamos direto ao ponto. Sobram atacantes no nosso futebol. alguns, goleadores implacáveis; outros, habilidosos. Mas todos ciclotímicos e dependentes do setor de armação. Ora, se o futebol é momento, o momento deve escalar os atacantes. Aqueles que estiverem com o pé na forma e com o biorritmo certo entram, e tratam de fazer os gols. Mas o nó está mesmo é no meio-campo. No momento do futebol brasileiro, além de generoso para os atacantes, é também pródigo em laterais-meias ou meias-laterais, como queiram. Pela direita, temos Jorginho, Cafu; pela esquerda, Leonardo, Branco e Roberto Carlos, com Mazinho ainda mais eclético– pelos dois lados. E mais: todo mundo sabe que o caminho mais curto para o gol é pelas extremidades do campo. Logo, Parreira, meu filho, como diria Lorca, o fogo está nas suas mãos. Basta manter Mauro Silva no meio, escoltado por Cafu, pela direita, e Mazinho ou Leonardo pela esquerda, completando o quarteto com um avante, goleador, que saiba também combater e armar, alguém como Viola ou Rivaldo, insisto. Dessa forma, você terá um meio-campo sólido na marcação, criativo na armação e contundente no ataque. Para completar, triangulações e profundidade pelas duas exrtremidades do campo, com módulos alternantes entre os laterais-meias que poderão trocar de posição com a maior fluência, sem exigir tempo demais de treinamento e ajustes. Esse, sim, seria um esquema criativo, ofensivo, sem ser temerário, o que daria aos nossos maiores talentos mais liberdade. O que você quer mais, Parreira? * O jogo até que estava maneiro, quando Telê resolveu deixar o campo em sinal de protesto contra o juiz, que havia dado um pênalti a favor do Ituano e deixado de expulsar um zagueiro de Itu, que agredira Vítor num lance fora da bola. O Ituano perdeu o pênalti e Vítor recuperou-se logo em seguida. Mas o gesto de Telê acabou provocando a maior confusão. A torcida invadiu o campo, Telê trocou sopapos com torcedores adversários e Júnior Baiano foi expulso. Tudo indicava que o tricolor sucumbiria aos descontrole geral. Nada disso. Voltou para o segundo tempo jugando uma bola redondinha, criou uma série de chances, meteu bolas na trave e, no finzinho, Muller garantiu a vitória. Vitória que deixa o tricolor ainda no páreo. Como reza sua tradição, aliás. Texto Anterior: Enduro reúne 40 pilotos em Botucatu; Brasileiros vencem dois Sul-americanos; Valderrama retorna aos treinamentos; Baggio fica fora do amistoso de quarta Próximo Texto: Corinthians vence o clássico no intervalo Índice |
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