São Paulo, segunda-feira, 21 de março de 1994
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Canções do último disco dominam repertório

JOÃO MÁXIMO
DA SUCURSAL DO RIO

Não chega a ser segredo, mas quase. O repertório escolhido por Bethânia para seu novo show ainda estava sujeito a modificações no último fim de semana.
Jaime Além, que acompanha a cantora há mais de dez anos (e que volta a ser o seu diretor musical) ainda acertava alguns arranjos no palco do Canecão, à frente de uma banda composta e violão e guitarra (ele mesmo), piano e acordeom (João Carlos Coutinho), teclados (Fernando Merlino), sopros (Daniel Garcia), percussão (Reginaldo Vargas), bateria (Carlos Bala), baixo (Adriano Giffoni) e nada menos que quatro celos (Márcio Mallard, Fernando Bru, Hugo Pilges e Yura).
"Canto as músicas de meu último disco, 'As Canções que Você Fez Para Mim' ", antecipa Bethânia. " Mas não é um show de lançamento. Essas músicas, de Roberto e Erasmo, entram como um contraponto, um diálogo, uma discussão mesmo com músicas mais tradicionais de meu repertório, Catetano, Chico, Gil, e também com coisas mais recentes ou inéditas."
Entre os compositores novos, Roberto Mendes e Jorge Portugal. Entre as canções inéditas, "Onde o Rio É Mais Baiano", que Caetano compôs praticamente na véspera do show que os Doces Bárbaros fizeram na Mangueira. Naturalmente, uma homenagem à escola de samba que os homenageou.
Os retoques no repertório visam acentuar nele aquilo que a cantora chama de "sensações interioranas". O que tem muito a ver com o fato de ser ela do recôncavo baiano e de seu diretor, Gabriel Villela, ter nascido em Carmo do Rio Claro (MG): "O clima é mesmo de cidade do interior, Santa Amaro da Purificação, Mangueira, lua", diz Bethânia.
O show fica no Canecão até 24 de abril. No dia 28, estréia no Palace, São Paulo. Em junho, é interrompido para que Bethânia se apresente em Londres com os Doces Bárbaros. Na volta, ela excursiona pelo Nordeste e, em seguida, pela Europa.(JM)

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