São Paulo, segunda-feira, 21 de março de 1994
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Dimenstein; Mangabeira; Plano FHC; Candidatos; Congresso; Lixo

Dimenstein
"Em sua coluna de 17/03 o brilhante Gilberto Dimenstein faz uma série de considerações defendendo a liberação dos chamados óculos para vista cansada e apresentando aqueles que são contra a medida como lobistas poderosos, preocupados apenas em garantir o mercado cativo para suas mercadorias e serviços. As lutas contra o corporativismo e pela melhoria da saúde da população, das quais Gilberto Dimenstein é um dos porta-vozes mais categorizados, também são bandeiras da grande maioria dos médicos brasileiros e particularmente dos integrantes deste conselho. Procurar deslegitimar e estigmatizar posições diferentes, como faz o articulista ao creditar a não autorização da livre comercialização dos óculos a um pretenso e maléfico lobby dos oftalmologistas, é uma atitude que contradiz sua atuação cotidiana em favor da democracia. Em nossa opinião, o esforço meritório do jornalista deveria ser encaminhado para que a sociedade discuta as formas de aprimorar a assistência oftalmológica. Discussão que os médicos são os primeiros a propor."
Geraldo Vicente de Almeida, secretário-geral do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (São Paulo, SP)

"É com satisfação que a classe ótica gaúcha recebe sua matéria publicada na Folha do dia 17/03, com o título 'Estamos cegos'. Finalmente, levanta-se uma voz tão importante no meio jornalístico que coloca o assunto ao alcance da população, desvendando a cortina nebulosa de interesses corporativistas, que procuram de todas as formas enganar os menos abonados com conceitos terroristas de que óculos só podem ser vendidos sobre a indispensável receita médica, conceitos estes não defendidos pelos oftalmologistas que realmente tratam com preocupação e honestidade a saúde pública."
Francisco de Oliveira Maia, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Material Óptico, Fotográfico e Cinematográfico do Estado do Rio Grande do Sul (Porto Alegre, RS)

"Combater os oftalmologistas não-éticos, que encaminham seus pacientes para óticas com as quais mantêm convênio, não creio que passe pela discussão da venda ou não de óculos para perto pré-fabricados, mas sim pela atuação do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, que apresenta legislação específica para tais infratores. Como coordenador do serviço de oftalmologia do Hospital Celso Pierro, ligado à Pontifícia Universidade Católica de Campinas, afirmo que não necessitamos de venda de óculos prontos como se vendem sapatos, e sim de reforço na criação de novas unidades ambulatoriais oftalmológicas, para que a população tenha acesso a consultas com profissionais habilitados, como também uma política de valorização da ética em todas as áreas médicas, incluindo a oftalmologia."
Maurício Haddad (Campinas, SP)

"A denúncia publicada em 17/03 na coluna de Gilberto Dimenstein, sobre mais uma falta de ética da classe médica, é mesmo revoltante. Ela tira o direito de quem muitas vezes necessita da leitura em sua vida profissional ou para lazer. Como escritor –que depende de leitores, já tão escassos neste país–, minha revolta é dupla. Volte ao assunto."
Jeferson de Andrade (São Paulo, SP)

"Sobre o artigo de Gilberto Dimenstein, 'Estamos cegos' (17/03), inserido na Folha, gostaria de demonstrar o meu mais absoluto inconformismo diante da pressão exercida por forte lobby de oftalmologistas visando impedir que o Conselho Nacional de Saúde adote medida para baratear a aquisição de óculos, o que iria beneficiar as camadas empobrecidas da população."
Adelino Rodrigues, vereador (Santos, SP)
Mangabeira

"Brilhante a análise de Roberto Mangabeira Unger, publicada em Tendências/Debates (18/03). Não só cortei o artigo como telefonei para políticos e empresários, sugerindo a sua leitura."
Afonso Borges (Belo Horizonte, MG)
Plano FHC

"Como leitor assíduo deste conceituado jornal, quero parabenizá-los pelo excelente artigo do jornalista Aloysio Biondi, 'Afinal, o plano FHC tira sua máscara' (Finanças, 20/02). Aloysio conseguiu, com maestria, explicar-nos o que realmente é o Plano FHC, numa linguagem simples, clara e principalmente sem rodeios."
Mario Herling de Oliveira (Anhembi, SP)
Candidatos

"Frequentemente se atribui aos eleitores a culpa por escolher mal os homens públicos. Bastaria que os partidos se obrigassem a só admitir candidatos que comprovadamente tenham passado limpo e que demonstrem claramente qual sua qualificação. A divulgação do curriculum de cada candidato deveria ser obrigatória, de forma a permitir ao eleitorado conhecer e escolher conscientemente, na hora de votar."
Alberto Chapchap (São Paulo, SP)

Congresso
"É com muita tristeza e raiva que vejo a incoerência dos senhores deputados federais. Enquanto 32 milhões de brasileiros vivem em estado abaixo da miséria, eles, em manobras casuísticas, aumentam os seus já gordos salários. Caros trabalhadores, senhoras donas-de-casa, jovens, antes de criticar estes políticos que estão traindo a nossa confiança, façam a sua parte e nas próximas eleições tirem este aval desses maus políticos, vamos renovar. Só assim vão diminuir os vícios desses carreiristas."
Gilmar Mangueira da Silva (São Bernardo do Campo, SP)

"Quando soube que os deputados aumentaram (de novo) seus salários, imaginei que teve quórum. Acho que a Hebe tem razão."
Curt Nees (Joinville, SC)

Fundos
"Finalmente a Folha abriu espaço para a manifestação de opinião divergente de seu editorial relativamente ao assunto 'Estatais e fundos de pensão'. Brilhante, oportuno e corretíssimo o artigo de José Valdir Ribeiro dos Reis, publicado à pág. 2-2 da edição de 1/03."
Sérgio Faraco (São Paulo, SP)

Lixo
"A Prefeitura Municipal de São Paulo deve, no mínimo, uma explicação a respeito do artigo de Luiz Nassif, publicado em 16/03, sobre irregularidades na licitação do lixo."
José Etuley (São Paulo, SP)

Indenização
"Seguindo a lógica de Fernando Conceição, autor de 'Cala a boca Calabar', reivindicando indenização de US$ 102 a cada descendente de africano a ser pago pelo governo brasileiro (Folha, 13/03), eu, como sou descendente da etnia Mandinga, da Guiné, vou requerer ao próprio Conceição a mesma reparação, pois quando seus antepassados da etnia Calabar chegaram na Bahia, destruíram e dominaram a cultura de meus ancestrais, do mesmo modo como já faziam na mãe África, onde escravizaram e venderam meu povo para os navios negreiros."
Pedro do Rosário (Salvador, BA)

"Lamentável o artigo 'Reparação não é um privilégio', do jornalista Fernando Conceição, na Folha de 13/03. O sucedido no Hotel Maksoud Plaza, que o nobre articulista relata com tanto orgulho, não passou de um ato irracional, idêntico ao dos escravocratas."
Heitor Macuo da Silva Soares (Peruíbe, SP)

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