São Paulo, terça-feira, 22 de março de 1994
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Preços do arroz e do feijão começam a cair

DA REPORTAGEM LOCAL

A entrada da safra já está começando a reduzir os preços de alguns alimentos. Com 7% a 8% da safra de arroz já colhida, o preço da saca de 50 quilos em casca passou de US$ 10 (meados de fevereiro) para US$ 9,5. A previsão, diz Romeu Fiod, da Bolsa de Cereais, é chegar a US$ 8,5 no final de abril.
"A pressão de oferta deverá colocar o arroz com preço abaixo do preço mínimo", diz Nelson Costa, da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná. Segundo ele, apesar de a área plantada ter se mantido estável em relação a 93, houve aumento da produtividade e o volume deverá ser 10% maior.
No feijão, a saca de 60 quilos era cotada entre CR$ 65 mil e CR$ 70 mil na semana passada e deve cair, nos próximos 20 dias, para entre CR$ 50 mil e CR$ 60 mil.
"O preço elevado de fevereiro incentiva o produtor a aumentar o plantio na próxima safra", diz João Batista Ramos, da Associação Brasileira de Cerealistas.
A previsão é de que os preços da soja tenham redução, mas em porcentagem menor do que a registrada em 93. Explica-se: os preços externos estão em alta com a perda da safra americana.
Agora, a expectativa do agricultor refere-se a liberação do crédito "É uma vergonha não ter recursos disponíveis no momento da safra" diz Tony Silva, da Cotiguaçu, cooperativa de Cascavel (PR).
Franklin Thame, diretor de crédito rural da Febraban, afirma que não deverá haver problemas de falta de crédito. Ele lembra que os bancos são obrigados a aplicar 25% dos recursos do fundos de commodites no setor. "E o volume dessas aplicações estão crescendo", diz.
Os maiores efeitos da safra recorde de 94 devem ocorrer na região Nordeste, com impacto na cesta básica da região. Amilcar Gramacho, da OCB (Organização das Cooperativas do Brasil), calcula que o NE terá uma produção adicional entre 3 milhões de t e 3,5 milhões de t de grãos.

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