São Paulo, terça-feira, 22 de março de 1994
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Campanha de Fernando Henrique; Cultura da violência; A grande batalha: Jaguaribe e o governo Geisel; Crédito a Montoro; O PT e o aborto; ACM de perto; Custos neoliberais; "Filadélfia"; Liberdade de voto; URV

Campanha de Fernando Henrique
"Algum informante enlouquecido induziu vocês a erro. Não estou fazendo qualquer campanha, seja para o Fernando Henrique, seja para qualquer outro candidato. Nem eu nem a Salles. É bom lembrar que sou filiado ao PFL, membro de sua Comissão de Estudos e Programas e esta é a minha única participação política. Falei com o Duailibi e ele também não está fazendo nada. Pena que vocês não tiveram condições de conferir comigo ou com ele a tal notícia. Por favor, desmintam. E coloquem o tal informante na geladeira."
Mauro Salles (São Paulo, SP)

"Roberto Duailibi e Mauro Salles estranharam a notícia publicada domingo último na coluna Joyce Pascowitch, sobre a eventual apresentação de um plano para a campanha do ministro Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Nenhum dos dois apresentou qualquer plano de campanha, seja para o ministro Fernando Henrique, seja para outro candidato. Lamentamos que algum informante haja, não se sabe com que intenção, levado essa informação à coluna, sem que Roberto Duailibi ou Mauro Salles tenham sido ouvidos."
Roberto Duailibi (São Paulo, SP)

Resposta da colunista Joyce Pascowitch – Segundo apurações devidamente checadas, os publicitários Mauro Salles e Roberto Duailibi manifestaram intenção de participarem da campanha de Fernando Henrique Cardoso à Presidência.

Cultura da violência
"O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana vem parabenizar a Folha pelo teor dos editoriais 'Pelo caminho errado' e 'Prisões em crise', publicados respectivamente 7em 11/03 e 17/03. Assim se posicionando, o jornal contribui para refrear a 'cultura da violência' verificada na sociedade, insuflada pelos mais baixos e mesquinhos interesses, os quais, em nome de resultados até hoje não comprovados, pregam condutas públicas completamente contrárias aos mais elementares princípios éticos de convivência social."
Carlos Weis, secretário-executivo do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana de São Paulo (São Paulo, SP)

A grande batalha
"Li na coluna do Luís Nassif (18/03), arrepiei e não resisti à tentação de verem repercutidas no Painel do Leitor as seguintes palavras: 'A grande batalha é pela consolidação da cidadania, pela despolitização do Estado, pelo primado da competência e da competição. É uma luta que passa pelo reconhecimento do país como uma sociedade plural, sem paternalismo, despida de preconceitos e aberta a novas idéias. Fazendo isso (as pessoas empenhadas na grande renovação), não estarão ajudando apenas o país, mas abrindo caminho para destruir os cartórios acadêmicos, empresariais e políticos, que mataram a competitividade, a inovação e que vão se constituir em verdadeira muralha para todos aqueles que tentarem crescer valendo-se de seus próprios méritos'. Que magnífica notícia saber que essa atitude existe e é proclamada publicamente com confiança e orgulho. Não lhe conheço, Nassif, mas me permita um forte abraço."
Nicolau Sevcenko, historiador (São Paulo, SP)

Jaguaribe e o governo Geisel
"O artigo perpetrado pelo sr. Hélio Jaguaribe, notório colaboracionista collorido, a favor do governo Geisel na edição de 15/03 da Folha é uma brutal ofensa à memória de David Capistrano da Costa, Wladimir Herzog, Manoel Fiel Filho, Zuzu Angel, Pedro Pomar, Ângelo Arroyo e tantos outros brasileiros que foram covardemente massacrados pela repressão oficial e oficiosa entre 1974 e 1977. Para quem foi preso, torturado e perseguido no período Geisel, a postura do sr. Jaguaribe merece o mais veemente repúdio."
Edgard Luiz de Barros, historiador e cientista político (São Paulo, SP)

Crédito a Montoro
"A inauguração da eclusa de Três Irmãos, seguida em breve da eclusa de Jupiá, amplia a hidrovia Tietê-Paraná numa extensão de 6.400 km para servir à economia e ao desenvolvimento de cinco países. É obra gigantesca de engenharia que eleva o nome do Brasil em nível de país do Primeiro Mundo. Causou-me estranheza que o nome do ex-governador André Franco Montoro não tivesse figurado no noticiário da imprensa alusivo ao evento nem a sua pessoa figurasse entre os convidados da inauguração, sabido que o projeto da hidrovia e o início de suas obras ocorreram durante o seu governo."
João Doria, ex-deputado federal (São Paulo, SP)

O PT e o aborto
"Manifestamos nossa discordância com relação à carta da leitora Marilu André (18/03) sobre a opinião do deputado Hélio Bicudo concernente à proposta inicial do programa de governo de Lula, que propõe a descriminalização do aborto. Esclarecemos que em hipótese alguma trata-se de demagogia. Hélio Bicudo é contrário ao aborto pela sua formação ético-religiosa e, principalmente, pela coerência na luta em defesa da vida, luta que não é de hoje. Bicudo sabe que o aborto é um tema essencialmente legislativo, não devendo fazer parte de um programa de governo, como já afirmou Lula."
José de Sá, assessor de imprensa do deputado federal pelo PT-SP Hélio Bicudo (São Paulo, SP)

ACM de perto
"Gilberto Dimenstein alterna com Clóvis Rossi constantes críticas ao governador ACM. Convido-os a virem à Bahia para verem, de perto, exemplo de boa administração."
Fábio Andrade (Itabuna, BA)

Custos neoliberais
"Mais uma instituição, o Comitê de Moeda, deveria ser implantada no Brasil e adequar a oferta monetária à produção nacional, usando como âncora uma moeda forte! Isto é a receita da ex-primeira dama de ferro da Inglaterra, Margaret Thatcher, para os combatentes brasileiros comprometidos na luta contra a inflação. Uma recomendação curta, simplista e bem remunerada (US$ 100 mil). O dinheiro poderia ter sido aplicado melhor num contrato de assessoria com a professora Maria da Conceição Tavares, cuja análise sobre os custos sociais de um liberalismo irresponsável (Folha, 20/03) demonstra competência e seriedade."
Reinhard Koenen (Belo Horizonte, MG)

"Filadélfia"
"Excelente o caderno Mais! de 20/03, 'Aids contamina a arte'. Discordo de Lúcia Nagib, que tachou o filme 'Filadélfia' de desprezível. Revela sua contrariedade à obra de J. Demme, que nem é citado. Achei 'Filadélfia' corajoso, humano e muito pedagógico."
Ernani Miura (Porto Alegre, RS)

Liberdade de voto
"Como somos escravos do voto obrigatório mantido pelo Congresso revisor, sugiro que votem também a 'Lei do Sexagenário', a 'Lei do Ventre Livre' e mais tarde a 'Lei Áurea'."
Rogério Belda (São Paulo, SP)

URV
"Unidos, renovados, venceremos!"
Norival Riesz Scaglione (São Paulo, SP)

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