São Paulo, quarta-feira, 23 de março de 1994 |
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O sorriso decifrado No início dos anos 80, as regras na economia mudavam a cada instante e os empresários iam em romaria a Brasília para tentar saber dos ministros o que estava acontecendo. Luís Eulálio de Bueno Vidigal Filho, então presidente da Fiesp, era um dos assíduos frequentadores dos gabinetes oficiais. Acostumado a esse cotidiano, Vidigal embarcou para Tóquio a convite do governo japonês e foi recebido pela diretoria do Keidanren, que reúne indústria, comércio e bancos. Cumprido o ritual de apresentações com as devidas mesuras orientais, Vidigal quis saber dos anfitriões como agiam quando o governo, sem consultar os empresários, adotava medidas que poderiam prejudicar seus negócios. Silêncio. Os japoneses se entreolharam, dando a impressão de que não haviam entendido a pergunta. Recorreram ao intérprete, que se certificou de que não havia erro de tradução. Até que um deles esboçou um sorriso enigmático: – No Japão, o governo jamais adota medidas capazes de afetar as empresas sem nos consultar. Após a visita, Vidigal comentou que conseguira decifrar o sorriso: – Era de superioridade. Texto Anterior: No tapetão; Direito ao esperneio; Cobertura mineira; Mais um capítulo; No vídeo; Olho no olho; Visitas à Folha; TIROTEIO Próximo Texto: Mais 3 deputados renunciam para escapar da cassação Índice |
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